Bioplus cria produtos para tratamento de efluentes
2006-01-10
Passado o período de pesquisa e desenvolvimento de produtores inovadores, os
novos empreendedores se vêem diante de um grande desafio: posicionar no mercado
as suas criações que, até então, estavam restritas aos laboratórios. E é nesta
fase que está a empresa gaúcha Bioplus Desenvolvimento Biotecnológico.
Por três meses a Corsan irá testar um biorremediador criado pela empresa na
Estação de Tratamento (ETA) de Cachoeirinha. Produzida a partir da seleção de
diversos microorganismos, a formulação tem como objetivo "competir" com as
bactérias existentes, em sua maioria, nos coliformes fecais. "A água que
despejam da ETA no Rio Gravataí é de excelente qualidade, porém, o grande
problema é o mau cheiro. Se conseguirmos com nosso produto resolver esta
questão, teremos boas chances de estabelecer uma parceria com a Corsan", prevê
o diretor da empresa, Sydnei Mitidieri.
A inovação do produto, segundo ele, se dá na medida em que são usados microorgamismos
selecionados do solo gaúcho, utilizando o próprio sistema ecológico local. Isso
garante uma melhor adaptação e mais chances de sucesso no tratamento. "Selecionamos
mais de 500 espécies e, dessas, três foram escolhidas para chegarmos ao produto
final", explica.
Outra inovação da Bioplus é um detergente enzimático para lavagem de ordenhadeiras.
De acordo com Mitidieri, o foco não é melhorar a eficiência da limpeza, e, sim,
possibilitar que seja feita com métodos menos nocivos para o meio ambiente.
O pesquisados explica que os produtos usados atualmente são alcalinos e, por
isso, possuem grande concentração de soda cáustica. Além disso, para a retirada
dos sais em excesso, é depositado ácido nítrico. "O que fizemos foi adicionar
enzimas menos agressivas ao ambiente e que possibilitam uma boa limpeza das
ordenhadeiras", diz. O produto está em fase de registro no Ministério da
Agricultura. (JC, 09/01)