Supremo Tribunal da Índia diz que navio com asbestos viola convenção internacional
2006-01-10
O Supremo Tribunal da Índia disse na sexta-feira (06/01) que o porta-aviões francês “Clemenceau”, com toneladas de material altamente tóxico que se dirige para um porto de Gujarat para ser desmantelado, não é bem-vindo nas águas indianas e que a França violou acordos internacionais ao enviá-lo para a Índia. Segundo o órgão, a Índia estaria violando a Convenção de Basileia, acordo internacional sobre comércio de resíduos perigosos, se autorizar a entrada do navio no seu território.
“As pessoas não têm sido transparentes no tratamento da informação. Não
é desejável deixar o navio entrar nas águas indianas”, disse o
responsável pelo painel ambiental que discute o assunto no país, G. Thyagarajan. Ativistas ambientais dizem que o “Clemenceau” traz a bordo centenas de toneladas de resíduos tóxicos.
Condições de trabalho
Na terça-feira (03/01), membros da organização ecologista Greenpeace
manifestaram-se em frente à embaixada francesa em Nova Deli num apelo a
Paris para que não permitisse que o navio chegasse à Índia sem antes
ser descontaminado na França. A organização lembra que os trabalhadores que fazem desmantelamentos de navios em países como a Índia, Paquistão e China arriscam-se a contrair graves problemas de saúde por não terem as condições necessárias para lidar com resíduos tóxicos.
A Índia, ao contrário da França, não tem as infraestruturas necessárias
para desmantelar o navio em segurança, considerou Ramapati Kumar,
activista da Greenpeace. “A Índia não é uma lixeira da França”.
O navio partiu na semana passada da base naval de Toulon para o porto
indiano de Alang, apesar dos protestos em França. (Ecosfera, 06/01)