Coleta porta-a-porta tem vantagem sobre o sistema de ecopontos para reciclagem em Lisboa
2006-01-10
O esforço de reciclagem dos lisboetas entre Janeiro e Novembro de 2005 resultou num acréscimo de 20% na quantidade de papel/cartão recolhido, de 13,8% no vidro e de 30% nas embalagens, comparado com igual período do ano anterior. Os serviços do pelouro de Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa recolheram um total de 305 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos em toda a cidade das quais cerca de 36 mil (12%) eram constituídas por materiais recicláveis (papel/cartão, vidro, embalagens e matéria orgânica).
O município de Lisboa garantiu uma receita de 1,5 milhões de euros com a separação e recolha do lixo, valor que se repercutiu, segundo comunicado da autarquia, numa economia global de 2,2 milhões de euros nos custos do tratamento e destino final dos resíduos da cidade.
O aumento de reciclagem decorre do alargamento do sistema de coleta seletiva porta-a-porta, através de equipamento diversificado. A Quercus, entidade ambientalista do país, destaca que este sistema é mais eficiente que os ecopontos, pois permite normalmente um aumento significativo das quantidades de materiais enviados para reciclagem, bem como mais barato, desde que a recolha seja realizada pela mesma entidade.
A informação e sensibilização da coleta porta-a-porta implicam maiores custos, mas as receitas superiores com os materiais recicláveis e o menor investimento no recolhimento e tratamento dos resíduos indiferenciados asseguram a vantagem econômica do sistema, em relação à recolha por ecopontos.
Estes dados fazem parte das conclusões que acabam de ser apresentadas pela Quercus, relativas ao primeiro encontro nacional sobre coleta selectiva porta-a-porta que decorreram em Novembro de 2005. No documento, os ambientalistas defendem ainda que urge alterar as regras do urbanismo, para faciliar a recolha selectiva, bem como repensar o processo de separação de resíduos (visto que o sistema atual dificulta o alargamento da recolha seletiva de orgânicos aos produtores domésticos). Por fim, anuncia a criação de uma rede nacional entre as entidades interessadas em recolher e sistematizar a informação disponível sobre a recolha selectiva porta-a-porta, de forma a que haja uma partilha de experiências nesta área.(Ambiente Online, 03/01/06)
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