Incêndio destrói fauna e flora e causa falta de luz em Hulha Negra
2006-01-09
O segundo grande incêndio em um espaço de dez dias já destruiu, desde a manhã de sexta-feira (6/1), mais 150 hectares de campos e de matas nativas e deixou mais de mil famílias sem energia elétrica em vários assentamentos de Hulha Negra. De acordo com o presidente da Cooperativa de Eletrificação Rural Fronteira Sul Ltda (Coopersul), Vital Cardoso Abreu, o fogo consumiu cinco postes da rede e avariou parcialmente outros seis, além do alimentador que distribui a energia para a região.
Abreu destaca que os prejuízos causados pelas queimadas aos associados da Coopersul são incalculáveis, tanto com relação ao material destruído, como em relação aos produtos estocados pelas cooperativas dos colonos, como a Cooperal e Cooptil, que não puderam ser mantidos na temperatura ideal pela falta de energia. "Importante destacar a destruição da fauna daquela região, que é muito rica. Centenas de animais são encontrados mortos nas áreas atingidas", lamenta.
O último grande incêndio registrado naquela região começou no dia 26 e só foi controlado pelos bombeiros de Bagé e pelos colonos dos assentamentos após 30 horas, depois de queimar mais de 250 hectares de campos nativos.
As redes destruídas pelo fogo foram restabelecidas no final da tarde de sexta-feira (6/1). A previsão, porém, era de que o fogo persistiria ainda por várias horas até queimar totalmente e a vegetação e as mata nativas, completamente secas, em razão da forte estiagem que atinge a região. "O fogo só vai parar quando encontrar a estrada", informou Vital Abreu. Ele explicou que o local não permite a entrada de caminhões de bombeiros para combater as chamas. (CP, 7/1)