Paraná cobrará taxa pelo uso da água de bacias hidrográficas
2006-01-09
As grandes empresas paranaenses estatais e privadas e mesmo as cooperativas vão
começar a pagar uma taxa pelo uso da água a partir de julho. A medida foi
estabelecida pelas leis de recursos hídricos nacional e estadual. A informação
é da Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa),
ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Paraná.
A cobrança deverá começar pela bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Ribeira, na
região metropolitana de Curitiba, economicamente a mais importante do Estado.
Em 2007, será a vez das bacias do Rio Tibagi, entre Ponta Grossa e Londrina,
Rio Jordão, em Grarapuava, e a Paraná 3, entre Cascavel, Guaíra e Foz do Iguaçu.
O Paraná possui 16 bacias hidrográficas que passarão a cobrar essa taxa.
A previsão é de que a tarifa seja de R$ 0,02 por metro cúbico de água e, com
isso, a arrecadação nesta primeira bacia deve atingir R$ 25 milhões anuais.
Esta forma de cobrança pelo uso da água já está em curso nos Estados do
Ceará, Rio de Janeiro e na bacia do Rio Paraíba do Sul. A taxa também deve
começar a ser aplicada em São Paulo e Minas Gerais.
A tarifa não é aplicada diretamente sobre o consumidor, mas as empresas devem
repassar este aumento nos seus custos. Será taxada a água captada e lançada
como efluente pelas indústrias nos rios e aqüíferos.
Previstos em lei, 92,5% dos recursos arrecadados devem ser destinados à
própria bacia para obras de preservação e recuperação dos mananciais. A Suderhsa
informa que eles ainda não serão suficientes, o que vai obrigar o governo
estadual a alocar mais verbas ou pleitear investimentos federais.
A empresa deverá ser a responsável pela fiscalização e coordenação da cobrança
do uso de água no Paraná porque a Assembléia Legislativa irá votar, no início
de 2006, emenda do Executivo à lei estadual, aprovada em 1999, que dá função
à Agência de Bacias Hidrográficas na gestão de recursos cobrados da indústria
– o grande consumidor. (GM, 06/01)