O Guaíba está verde
2006-01-09
O Guaíba está esverdeado. Manchas já se espalham por diversos pontos, geradas
pela proliferação das algas.
Na manhã de sexta-feira (06/01), Zero Hora sobrevoou o Guaíba - maior fonte
para o abastecimento de água da Capital - e constatou a existência das
manchas verdes, principalmente perto da praia do Gasômetro, em volta das
ilhas e perto do ponto de captação da Estação de Tratamento de Água (ETA)
Tristeza.
Pouca chuva, baixo nível da água e poluição são as condições ideais para a
proliferação das algas. Em mais um verão, a água sai das torneiras com cor,
cheiro e gosto alterados.
As queixas da população são freqüentes, principalmente entre moradores da
Zona Sul, os mais atingidos na Capital, e de algumas cidades da Grande Porto
Alegre. Altas temperaturas pioram o odor, por isso é comum a reclamação de
cheiro e gosto fortes no café e no chimarrão.
O diretor da Divisão de Tratamento do Departamento Municipal de Água e
Esgotos (Dmae), Renato Rossi, assegura que não há perigo de contaminação por
toxinas.
Para diminuir o cheiro e o gosto da água, o Dmae está lançando carvão ativado
nas ETAs Lami, Belém Novo e Tristeza, locais onde foi verificada a
proliferação das algas. Desde quinta-feira, a estação do Menino Deus também
está recebendo a substância como prevenção. Neste verão, a promessa é aplicar
até 50% a mais de carvão ativado do que no ano passado. Segundo Rossi, no ETA
Tristeza, 92% das algas e compostos orgânicos estão sendo removidos.
- Poderá ser sentido o gosto de terra, mas não vai causar problema para a
saúde-, diz.
População busca fontes alternativas
Diariamente, o Dmae monitora a água em 30 pontos de coleta. Mesmo com a
garantia, algumas pessoas preferem buscar o líquido em vertentes.
Na sexta-feira, o pedreiro Heitor França Ribeiro, 48 anos, levava quatro
galões da Gruta da Glória, ao lado do Hospital Divina Providência, para a sua
família e a de um vizinho. Morador da Restinga, ele busca água na fonte,
incomodado com o gosto ruim que sente na bebida de casa.
A prática pode ser perigosa. A Secretaria Municipal de Saúde alerta que
fontes e poços rasos podem estar contaminados. (ZH, 06/01)