Indústria pede limite à transgenia
2006-01-09
As indústrias gaúchas de aves e suínos querem que a CTNBio examine o estabelecimento de um limite de tolerância de transgenia para o milho devido aos riscos de contaminação cruzada com a soja. O pedido teria sido motivado pelo uso comum de caminhões e armazéns e não pelas denúncias de plantio ilegal de milho modificado, apontam os empresários.
A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) estudam o índice a ser sugerido. Na Europa, por exemplo, admite-se até 0,99% de presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
O coordenador de Biossegurança do Ministério da Agricultura, Marcus Vinícius Coelho, que participou do encontro, em Porto Alegre, assegurou que a proposta será estudada e, eventualmente, encaminhada à CTNBio. Nesta semana, será intensificada a fiscalização e iniciada campanha informando sobre a ilegalidade do plantio e suas implicações. Uma cópia da legislação será enviada a entidades. Além disso, denúncias podem ser feitas ao 0800-611995.
Coelho garantiu que o problema restringe-se ao Estado e orientou cooperativas e agroindústrias a adotarem medidas preventivas, como a exigência de declaração de fornecimento de grão convencional e nota fiscal de compra. Ele também recomendou o monitoramento por amostragem das cargas."Mantenham procedimentos de controle que inibam os produtores", advertiu.
Tanto o presidente da Asgav, Aristides Vogt, quanto o secretário-executivo do Sips, Rogério Kerber, garantem que tais ações serão tomadas. Os dirigentes não temem comprometimento da exportação.
"O mercado não sinaliza de forma restritiva ao transgênico. Apenas quer informações precisas", explicou Kerber. O superintendente do Mapa no RS, Francisco Signor, ressaltou que o produtor precisa esperar o marco legal, o que pode demorar já que a CTNBio só volta a se reunir em fevereiro e há processos na fila. Entre eles, cinco para plantio de milho transgênico. (CP, 7/1)