Ibama fiscaliza caça de meros no Litoral Norte de SC
2006-01-09
Uma equipe formada por funcionários do Ibama, Polícia Federal e da organização não-governamental Vidamar está fiscalizando a caça ilegal de meros no Litoral Norte do Estado. A operação começou nesta semana em São Francisco do Sul.
A espécie é um dos maiores peixes da costa brasileira é a primeira no Brasil a ter uma legislação específica de proteção por estar na lista dos animais mais ameaçados de extinção, segundo a União Internacional de Conservação da Natureza.
De acordo com o analista ambiental do Ibama Luiz Fernando Rodrigues, oito pescadores submarinos atuavam no litoral de São Francisco do Sul sem licença da União. Eles foram notificados e tiveram os equipamentos apreendidos pelos fiscais.
Uma denúncia da caça de um mero na região na semana passada não pôde ser confirmada pelos fiscais. Segundo o diretor executivo da Vidamar Rodrigo Mazzoleni, na monobóia instalada em frente à praia da Enseada, onde os meros costumam ser observados pelos pesquisadores, havia cinco exemplares na semana passada. Hoje, apenas um foi encontrado, além de um cherne (outra espécie de peixe) com um tiro de arpão na cabeça.
Para Mazzoleni, isso pode ser um indicativo de que houve caça de meros no local. Os pesquisadores atuam na região há três anos e trabalham, principalmente, na determinação dos pontos de ocorrência dos meros na Baía da Babitonga e na conscientização sobre a preservação do peixe no litoral brasileiro.
Mazzoleni afirma que a maioria dos mergulhadores que participam da Associação de Mergulhadores do Estado já ajudam a preservar o mero, mas ainda existiriam três ou quatro grupos de caçadores que insistem na pesca do animal.
O mero não pode ser caçado nem comercializado, mas é vendido clandestinamente por preços que variam de R$ 8 a R$ 15 o quilo. Os compradores de filés de mero também são enquadrados na lei de crimes ambientais. Segundo o pesquisador, não adianta alegar que não sabia da proibição. (Diário catarinense, 06/01)