Japão vai substituir demanda de petróleo por biocombustível
2006-01-09
O Japão estabeleceu uma meta ambiciosa de substituir um quinto de sua demanda de petróleo por biocombustíveis, ou combustíveis de conversão líquido-gás(GLT), até 2030. Um novo projeto, que deve ser divulgado em fevereiro, vai ser o primeiro a especificar metas para uso desses produtos, informou um funcionário do governo japonês.
Até agora, o governo tinha seu foco voltado para limitar a dependência do
Japão por petróleo --a maioria do qual é importado-- para 40% da
necessidade total energética, ante os atuais cerca de 50%.
"Será a primeira vez que mencionaremos em nossas diretrizes que nosso país deve substituir 20% de produtos petrolíferos usados agora por
combustíveis não convencionais para alcançar um objetivo, por exemplo,
bio-etanol e GTLs", acrescentou o executivo da Agência de Recursos Naturais e Energia do Japão, unidade do ministério da Economia, Comércio e Indústria, que preferiu não ser identificado.
Estratégia anti-competição
O combustível GTL processa gás natural em vez de petróleo e produz
combustível limpo, emitindo menos gases que afetam a camada de ozônio do que a gasolina.
Para o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo, assegurar o uso de
energia alternativa, como o bio-etanol e o GLT, pode ser mais fácil do que aumentar a competição com a China --segunda maior consumidora de petróleo do mundo-- pelo avanço de projetos de exploração de petróleo e gás.
A agência de energia do Japão tem trabalhado há mais de dois anos para
determinar as diretrizes de longo prazo das políticas de energia, que
pretendem aumentar a segurança nacional do país, que sofre de escassez de
recursos energéticos.
Em dezembro passado, a empresa japonesa Nippon Alcohol Hanbai e a Petrobras assinaram acordo para a criação de uma empresa, sediada no Japão, para comercialização de álcool para aquele país.
A expectativa é exportar 20 milhões de litros detro de uma ano e meio, numa operação piloto, e começar em 2008 a venda regular de álcool brasileiro ao Japão, podendo fornecer 1,8 bilhão de litros por ano, segundo a Petrobras.(Reuters, 06/01/06)