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2006-01-06
A organização ecológica Greenpeace dedicará seus maiores esforços durante 2006 à defesa dos oceanos do planeta, segundo um comunicado da ONG divulgado no Japão no dia 01/01. O objetivo será amplificar as denúncias de danos e ameaças que os espaços marinhos sofrem.

A Greenpeace já havia iniciado antes do fim do ano a expedição "Um ano na vida dos Oceanos", que se concentrou no mar da Antártida, com dois navios da organização (Esperanza e Arctic Sunrise) boicotando e protestando contra a caça de baleias por uma frota japonesa. A ação serviu também para documentar a acusação de que o Japão descumpre os artigos 65 e 120 da Convenção da ONU para a Lei do Mar (UNCLOS), que estabelece que os Estados devem cooperar para a conservação dos mamíferos marinhos.

A expedição chegará ao mar Mediterrâneo na primavera de 2006, onde, de acordo com dados da ONG, a grande biodiversidade está especialmente ameaçada pelo atraso das providências dos governos de países banhados pelas águas mediterrâneas. Segundo dados da Greenpeace a intensa urbanização, acompanhada da contaminação e degradação do ecosistema formam o principal problema.

Juan López de Uralde, diretor-executivo da Greenpeace Espanha, afirma que superexploração dos recursos pesqueiros, a contaminação por substâncias tóxicas e a consequente destruição dos ecosistemas são algumas das ameaças que todos os oceanos do planeta sofrem. "Por isso, a Greenpeace dedicará maiores esforços em 2006 para denunciar as causas destas ameaças, assim como promover soluções que garantam a sobrevida dos mares", acrescenta ele.

Mudança Climática
"Por outro lado, Greenpeace continuará seus esforços na luta contra a mudança climática, promovendo alternativas para a geração de energia por fontes renováveis", continua o comunicado, lembrando que este ano se iniciarão as negociações para o segundo período de compromissos pós 2012, quando termina a vigência do Protocolo de Kyoto.

Sobre as florestas, a ONG lutará para freiar a alarmante deterioração da selva amazônica, como consequência da expansão dos cultivos de soja, dos quais a Espanha é o terceiro importador.

O documento esclarece ainda que continua pendente a legislação européia sobre substâncias tóxicas (REACH), que poderia servir de referência mundial, mas que por pressão de alguns países, entre eles a Espanha, continua sendo apenas um conjunto de idéias sem valor legal efetivo.

Frente na Espanha
A Greenpeace espera o estabelecimento de um calendário para o fechamento das centrais nucleares em solo espanhol. Neste sentido, "o primeiro semestre do ano será chave para comprovar o compromisso do Governo, explicitado no Debate de Investimento e no Debate sobre o Estado da Nação do ano passado", aponta a ONG.

Também, os ecologistas trabalharão para que a superfície de cultivo de milho transgênico siga decaindo como ocorrido em 2005. A qualidade das águas continentais e a luta contra a contaminação e o desperdício de recursos completam as frentes que a ONG mantém abertas na Espanha.(El Mundo / Clarin, 02/01/06)

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