Ministro alemão insiste em flexibilizar calendário de abandono da energia nuclear
2006-01-06
O ministro da Economia alemão, Michael Glos, insistiu na terça-feira em sua proposta de "reabrir" o calendário sobre o abandono da energia nuclear para atenuar futuras crises de abastecimento energético, apesar das críticas do Partido Social-Democrata (SPD, co-governamental).
O replanejamento do plano de fechamento das usinas atômicas será um dos temas em debate na próxima "cúpula da energia" entre a chanceler Angela Merkel e representantes dos consórcios, anunciou Glos.
Diante de situações como a disputa entre a Rússia e a Ucrânia pelo preço do gás, é prioridade garantir o fornecimento de energia "acima dos supostos compromissos da coalizão", disse Glos. No pacto de Governo com a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União Social-Cristã da Baviera (CSU), o partido de Glos, o SPD conseguiu impor que não seria alterado o plano de eliminação da energia atômica estipulado na primeira legislatura do chanceler Gerhard Schröder.
Esta cláusula foi aceita com má vontade pela CDU-CSU e pela própria Merkel, que na campanha eleitoral tinha falado de flexibilizar o calendário. Ontem, Glos lançou sua primeira iniciativa para replanejar o calendário, propondo uma "reflexão sobre o que pode ser feito para não ser dependente do fornecimento" de energia. Ele também se referiu às centrais nucleares "condenadas" ao desligamento pelo Governo da coalizão SPD-Verdes.
Em seu primeiro mandato, o ex-chanceler Gerhard Schröder decidiu que o total de 21 usinas atômicas existentes na época seria fechado de acordo com um calendário gradual que previa, além disso, um mecanismo de intercâmbio de períodos de atividade dos reatores entre os consórcios energéticos.
O secretário de Estado de Meio Ambiente do Parlamento, Michael Müller, do SPD, criticou qualquer objetivo de reabrir o calendário de fechamento das centrais. Mas a proposta de Glos recebeu elogios da Federação da Indústria Alemã (BDI).(EFE, 03/01/06)