Smam terá setor de captação de recursos
2006-01-06
A Smam (Secretaria de Meio Ambiente de Porto Alegre) está preparando mudanças internas na Secretaria para implantar um setor de captação de recursos em 2006. De acordo com o coordenador de assessoria de planejamento, Eduardo Rechden, o sistema vem sendo concebido desde o final do ano passado, e as reuniões já começaram a ocorrer para logo pôr a idéia em prática. “Temos alguns planos hoje engavetados por falta de verbas”, afirma. A intenção da secretaria é apresentar os projetos para as instituições e entidades dispostas a financiá-los.
O setor surge das dificuldades financeiras enfrentadas pelo órgão atualmente. E o futuro não parece dos mais promissores se analisado o orçamento da pasta para o ano que se inicia, de R$ 24.611.663,00, o equivalente a 1,14% das verbas municipais. No ano passado, a secretaria contou com aproximadamente R$ 25 milhões, que correspondiam a 1,15% dos recursos da prefeitura.
Uma quantidade arrebatadora do dinheiro já tem destino certíssimo, a folha de pagamentos, R$ 18.850.516,00. O resto será investido em programas para a área, além de serviços básicos como manutenção de veículos e equipamentos. Rechden lamenta que muitos dos projetos tenham de ser postos de lado para atender necessidades básicas da Smam. “A prioridade acaba sendo a conservação dos aparelhos que temos”, completa.
Ao longo do ano serão buscadas suplementações, mas o coordenador condena desde já a maneira como os recursos foram distribuídos entre as pastas. “Deixa muito a desejar, ainda mais se compararmos com outros municípios como Curitiba”, esclarece. A capital paranaense conta, para 2006 com cerca de R$ 110 milhões. E a diferença de população entre as duas cidades não é tão grande para toda a disparidade entre os números – Curitiba conta com cerca de 1 milhão e 750 mil habitantes e Porto Alegre com quase 1 milhão e 430 mil. “Eu não sei as atribuições de lá, pode ser que tenham mais do que nós”, lembra Rechden. “Mas mesmo assim a diferença é muito grande”.
Necessidades da secretaria
Na opinião de Rechden, alguns efeitos da falta de verbas já são sentidos pelos funcionários e pelo próprio ambiente. “A capina, hoje, se mantém muito aquém do necessário, está em torno de 50%. O trabalho de monitoramento da poluição atmosférica, por exemplo, também está difícil, bem como outros de educação ambiental”, acrescenta. Outra necessidade é um número maior de veículos, além da conclusão da terceira etapa do novo prédio da sede.
Para não parecer que o discurso da Smam é só lamúrias , no final do ano passado o coordenador lembrou que a pasta foi contemplada com R$ 500.000,00 pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente para execução de projetos de recuperação do Arroio Dilúvio.
Por Patrícia Benvenuti