Prefeitura de Santa Maria mapeia áreas de risco a moradores
2006-01-06
O aposentado Gilmar Franco de Lima, 33 anos, mora na vila Bilibio há mais de 10 anos. Logo que chegou na vila, localizada às margens da BR 158, zona Leste de Santa Maria, ele e sua família levaram um susto. “A minha casa desabou. Era inverno, umas 5h da manhã. A minha filha era bebê e se salvou porque ficou embaixo do berço. Eu fiquei com uma cicatriz no meu rosto. Agora a gente se mudou para cá, mas eu ainda fico um pouco preocupado”, conta o aposentado.
A mulher dele, Adriana Oliveira de Lima, 32 anos, confirma a preocupação. “A gente fica meio assim, a nossa casa já caiu uma vez, mas agora eu acho que já está mais seguro. Eu temo pelas minhas crianças. Da outra vez eu só tinha uma, agora eu tenho quatro”, confessou.
A Bilibio é uma das áreas de risco da cidade, que além de apresentarem irregularidades, estão sujeitas a desmoronamento e alagamentos. Para resolver o problema, a Prefeitura está selecionando empresas para a elaboração de um plano de risco para Santa Maria, que determinará quais áreas oferecem perigo aos moradores.
A empresa contratada deverá fazer a identificação de todas as áreas em condições impróprias para habitação e apresentar possíveis soluções para esses locais. Os recursos para a elaboração do plano já estão disponíveis. São R$100 mil provenientes do Ministério das Cidades e R$25 mil do Município.
O plano também deve propor ações de urbanização, regularização e integração de assentamentos precários, dando apoio à preservação e erradicação dos riscos que sofrem as famílias e, principalmente as crianças de áreas no entorno de morros e beiras de rios e sangas. Através de edital publicado hoje em A Razão, a Secretaria de Habitação do Município busca a definição da empresa que deverá organizar o Plano Municipal de Redução de Risco. A partir da data de publicação do edital, as empresas terão 15 dias para a entrega de suas propostas.
Além da Bilibio, áreas próximas aos arroios Cancela e Cadena são apontadas como locais perigosos. Depois de concluído o Plano de Risco, será possível realizar projetos para solucionar os problemas de cada região. “Com esse plano será possível determinar a urgência para realizar alguma intervenção. Os casos com maior risco serão prioridade. Mas ainda não temos nenhuma projeção em relação à solução dos problemas das áreas de risco”, afirma o diretor geral da Secretaria de Município de Habitação e Regularização Fundiária, Hélvio Sanfelice.
A partir da identificação de pontos da cidades que apresentam algum risco, como de desabamento e alagamento, é elaborado um plano apresentando esses locais. Após a detecção é possível apontar soluções para esses problemas.
Também morador da vila Bilibio, o estudante Wagner Cardoso (foto), 15 anos, está há nove meses no local. “Eu acho que a casa é boa, mas já caiu um pedaço”, contou o estudante, apontando para um pedaço da estrutura, em cima de um barranco, que cedeu. (A Razão, 6/1)