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2006-01-06
No pé das cordilheiras do Peru, não muito longe da costa do Oceano Pacífico, arqueologistas encontraram o que eles dizem ser evidências das primeiras modalidades de agricultura irrigada conhecida nas Américas. Uma análise de canais enterrados sob sedimentos mostrou que os mesmos eram utilizados para o cultivo de campos há 5,4 mil anos, ou mesmo, em alguns casos, há 6,7 mil anos, conforme relatórios de arqueólogos publicados em edições recentes de textos científicos da Academia Nacional de Ciências.

Estas descobertas trazem novas dimensões ao entendimento das origens das civilizações dos Andes. Os canais são considerados provas de profunda visão de que as tecnologias de irrigação eram críticas ao desenvolvimento das primeiras civilizações peruanas, uma das poucas grandes culturas do mundo antigo que floresceu independentemente de influência externa.

Considera-se que há quatro mil anos, talvez mil anos mais cedo do que se imaginava, a agricultura de irrigação de larga escala estava bem dominada no Peru, conforme sugerem evidências indiretas de ruínas urbanas que se referem ao aumento do porte arquitetônico. Seu crescimento, presumivelmente, dependeu da irrigação em vales e montanhas descendentes da costa do Peru. Mas as evidências dos relatos dos canais foram perdidas.

Tom D. Dillehay, arqueólogo da Universidade de Vanderbilt, começou a procurar evidências no Vale Zaña, a cerca de 40 milhas do oceano e a mais de 300 milhas ao norte de Lima, capital do país.

Ao lado sul do Rio Nanchoc, Dillehay e sua equipe descobriram traços de quatro canais estreitos e alinhados com pedras, os quais se estendem em distâncias variáveis, de menos de uma milha a mais de duas milhas de comprimento. Esses canais correm perto de casas remanescentes, onde se cultivavam plantas e lavouras como algodão e leguminosas. “Os canais do Vale Zaña são os mais antigos conhecidos na América do Sul”, afirma Dillehay, em seu artigo escrito para o jornal da Academia Nacional de Ciências. Segundo ele acrescentou em uma entrevista dada por e-mail, trata-se dos primeiros canais de irrigação em todas as Américas.

A descoberta inicial dos canais foi feita em 1989, mas levaram-se anos em escavações adicionais, datação com isótopos de carbono e outras análises antes de Dillehay sentir-se preparado a anunciar a descoberta. "Nós queríamos ter certeza de que as datas estavam corretas e de encontrar mais canais antigos", afirmou o pesquisador. Conforme ele, "agora existem quatro novos sítios com canais e provalemente haja mais".

Os autores do estudo - Dr. Dillehay, Herbert Eling, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México e Jack Rossen, do Ithaca College – afirmam que o sistema parece ser um exemplo de agricultura irrigada organizada em pequena escala, uma tecnologia que "acompanha uma economia mista de agricultores incipientes, coletores de plantas e caçadores”.

Eles não reportaram evidências da existência de uma burocracia central para gerenciar os canais ou mesmo de dispositivos mecânicos para controlar as taxas de fluxo de irrigação. Mas, conforme os pesquisadores, as pessoas do vale tinham conhecimentos elementares de hidrologia. Elas sabiam como usar a gravidade para lançar água a partir do rio, a fim de irrigar campos cultivados.

Craig Morris, especialista em arqueologia do Peru, do Museu de História Natural Americana, que participou da pesquisa, disse que “eles utilizavam um tipo de gestão de fluxo de águas que mostra, novamente, que as populações antigas eram muito espertas e observadoras, mais do que se credita a elas".

Jonathan Haas, arqueólogo do Field Museum em Chicago, que escavou sítios urbanos além da costa dos vales do Peru, considerou a descoberta "um trabalho difícil e brilhante".

Em suas escavações, Haas e Winifred Creamer, da Universidade do Norte de Illinois, descobriram reminiscências de um centro urbano de um complexo agrícola da sociedade que floresceu há cerca de cinco mil anos nos vales de uma região conhecida como Norte Chico, ou Pequeno Norte. Tal região árida teria que ter tido irrigação para poder suportar agricultura, especialmente numa escala ampla e aparentemente próspera.

Haas disse que a descoberta parece mostrar que as tecnologias antigas de irrigação que as pessoas de Norte Chico então adotaram e expandiram “trazem à tona uma transformação cultural” ocorrida 400 anos depois. (The New York Times, 04/01)

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