Florestamento recebe mais argumentos favoráveis
2006-01-05
Dentro da série “florestamento é um bom negócio”, mais algumas informações
interessantes sobre o plantio de florestas no Rio Grande do Sul. O Banco do
Brasil, através do seu Pronaf Florestal, já emprestou R$ 7,6 milhões para o
desenvolvimento de 1.743 projetos de florestamento, inclusive para
microproprietários que plantaram um ou dois hectares. O gerente de
Agronegócio do BB-RS, José Kochhann Sobrinho, informa que 50 agências do
banco recebem, todos os dias, interessados em plantar árvores. Por enquanto,
o maior movimento é em Encruzilhada do Sul e Montenegro, mas está estourando,
também, na região de São José do Ouro e nos municípios da fronteira-oeste,
principalmente Alegrete e Rosário do Sul. O BB empresta dinheiro com 12 anos
de prazo, 8 anos de carência e juros de 4% ao ano, que acabam se
transformando em 3% para os bons pagadores, que ganham um bônus de 25%.
Plantar árvore – eucalipto, pinus e acácia – é melhor do que plantar soja,
além de exigir menos trabalho e ser mais garantido contra problemas
climáticos. O silvicultor gasta, em média, R$ 1 mil por hectare e, no fim do
ciclo, de 5 a 7 anos, “colhe” de R$ 8 mil a R$ 12 mil por hectare. Se
plantasse soja e colhesse 40 sacos/ha, a R$ 25,00 o saco, ganharia R$ 1
mil/ano. E o mercado, nacional e internacional, será francamente comprador
para madeira e celulose por muitos anos. Só a projeção da produção de
celulose no Rio Grande do Sul – 1 milhão de t/ano – vai exigir entre 120 mil
e 200 mil hectares de florestas. Preparando-se para isso, empresas como
Aracruz, Votorantim e Stora Enso, além de florestas próprias, estão
integrando produtores e assegurando, em contrato, o pagamento futuro de R$
28,00 pelo metro cúbico de madeira, o que garante uma receita de R$ 8 mil
para o agricultor, cujo trabalho maior, depois do plantio, é controlar as
formigas.
O ruim da história, para quem está chegando atrasado, é a valorização do
preço da terra. Em Encruzilhada do Sul, o hectare, que há alguns anos custava
R$ 300,00, agora custa R$ 3.000,00. Na fronteira-oeste, já passou de R$
600,00 para R$ 2.000,00. (Danilo Ucha, JC, 05/01)