A primeira usina de produção de biodiesel do Mato Grosso do Sul, a partir do sebo bovino, será implantada no Distrito Industrial de Dourados, com capacidade de produzir 30 mil litros diários do combustível na primeira etapa de operação, que começará ainda neste ano. Mas a meta é triplicar esse volume.

Um laboratório-piloto vem funcionando experimentalmente próximo ao frigorífico São Luiz, de onde sai a matéria-prima para a produção inicial do combustível, que vem sendo testado em caminhões de entrega de carne e nos automóveis do empresário Dilcar Durigon, um dos sócios do empreendimento, junto com o supermercadista José Silva Carreiro.

A Biocar Biodiesel – Indústria, Comércio e Exportação será implantada num terreno de 1,5 hectare no Distrito Industrial, com área construída de 2 mil metros quadrados. Serão investidos em torno de R$ 1,2 milhão na implantação da usina que, em seis meses de atividade, já terá condições de produzir até 100 mil litros diários de biodiesel.

No laboratório-piloto estão sendo produzidos cerca de mil litros/dia. O combustível da Biocar já tem como matéria-prima o sebo retirado dos animais abatidos no frigorífico – do qual Durigon é sócio. No futuro receberá o sebo de outras indústrias da região da Grande Dourados.

Há vários meses esse empresário vinha testando misturas para a produção do biodiesel. Segundo ele, componentes químicos foram misturados ao óleo de sebo para garantir a qualidade do produto resultante como combustível. O próprio Durigon tem abastecido sua camionete importada com o biodiesel e ela tem funcionado sem problemas.

Durigon explicou que além do sebo, a usina fará parceria com agricultores familiares da região, principalmente aqueles que estão em assentamentos da reforma agrária para fornecerem de mamona, girassol e outras oleaginosas para a produção do biodiesel.

A usina contará com incentivos do Governo federal, que criou um programa específico para a produção de biodiesel.

Bertin
A maior usina de biodiesel do País começará a operar em Lins (SP), em junho deste ano. O investimento é do Grupo Bertin, que produzirá o combustível a partir de sebo animal e metanol.

Serão produzidos 110 milhões de litros de biodiesel por ano, volume que representa 14% da demanda nacional pelo combustível, de 800 milhões de litros a partir de 2008, levando em conta a mistura de 2% no óleo diesel. A usina vai custar perto de R$ 40 milhões e gerar 70 empregos diretos.

A unidade vai utilizar 110 mil toneladas de sebo e 20 milhões de metanol por ano para a produção anual dos 110 milhões de litros de biodiesel. No caso da unidade do Bertin, a tecnologia será de ponta, já que se trata da primeira usina de produção deste combustível pelo processo contínuo, no qual o sebo entrará na usina e o biodiesel sairá na outra ponta. Nas demais indústrias, o processo utilizado é o da batelada, mais lento e que requer frequentes paradas na linha de produção. (Correio do Estado/MS, 04/01)