Avicultura fará teste de transgenia no milho
2006-01-04
As indústrias avícolas do Estado farão testes de transgenia no milho que
fornecem aos seus aviários integrados a partir desta safra, que começa a ser
colhida na metade deste mês. A decisão foi tomada por 21 frigoríficos ligados
à Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), após denúncias do plantio ilegal
de milho transgênico.
- Nós garantimos aos clientes estrangeiros que não usamos organismos
geneticamente modificados na alimentação dos frangos - explica Aristides
Vogt, presidente da Asgav.
Os testes seriam feitos em cargas compradas pelas integradoras (frigoríficos)
para posterior distribuição aos aviários. O preço de referência do kit para
análise de transgenia em cem amostras é de US$ 330 (R$ 769), mais o Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), informa a GAK, empresa de
São Paulo que distribui o produto. Segundo a Asgav, um custo de
aproximadamente R$ 7,69, mais ICMS, por caminhão não representaria grande
impacto para as empresas, já que um carregamento de 25 toneladas vale cerca
de R$ 6.250 e que nem todas as cargas precisariam ser examinadas.
A avaliação do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) é diferente.
Para o diretor-executivo da entidade, Rogério Kerber, o custo dos testes não
deveria ser bancado pela indústria, mas sim "por quem teve a iniciativa" de
plantar ou vender ilegalmente. No entanto, por meio de ofício enviado aos
armazenadores, a superintendência do Ministério da Agricultura está
determinando a realização dos exames.
Tanto avicultores quanto suinocultores se dizem preocupados com a confirmação
de transgenia em uma amostra de milho recolhida pelo Ministério da
Agricultura na região de Santo Ângelo. O milho vendido em uma agropecuária
tinha 0,43% de grãos transgênicos. Os técnicos coletaram 41 amostras de milho
em folha, espiga e grão, segundo esclarece nota divulgada ontem (03/01). O plantio e
a venda do milho transgênico no país são proibidos. (ZH, 04/01)