Estocolmo adota taxa urbana para controlar trânsito e poluição
2006-01-04
A cidade de Estocolmo tem a partir de hoje um sistema de taxação para
reduzir a circulação de automóveis dentro do perímetro urbano, método
idêntico ao já adoptado em Londres, no Reino Unido.
A capital da Suécia vai aplicar entre as 06h30 e as 18h29 uma "taxa de
congestionamento" aos donos de carros que circulem no centro, da qual
estarão isentos táxis, motos e turistas.
Ao fim dos primeiros seis meses de aplicação do sistema será realizado
um referendo à manutenção da cobrança, que visa também reduzir as
emissões poluentes dos veículos. Segundo as sondagens, o "sim" está longe de ter a vitória garantida, com o apoio do governo social-democrata, mas com a oposição das outras forças políticas.
Embora tenha uma rede de transportes públicos utilizada por 70% das pessoas que trabalham em Estocolmo, a cidade, de 765 mil habitantes,
distribuída por uma série de ilhas, tem frequentes problemas de congestionamento de trânsito.
A entidade que gere as estradas e o município de Estocolmo apontam como
meta da taxação uma redução do trânsito entre os dez e os 15%.
Londres, que já aplica uma taxa semelhante desde 2003, estabeleceu o
mesmo objetivo e reduziu em 70 mil o número de veículos em circulação
na cidade. Na capital do Reino Unido, os automobilistas pagam 11,7 euros por dia para circular nas zonas delimitadas, enquanto as taxas em Estocolmo variam entre um e dois euros de cada vez que o automóvel entra ou sai da zona paga, com um limite de 6,4 euros por dia. A cobrança é efetuada através de câmaras infravermelhas que lêem um emissor colocado nos veículos.
Em Lisboa, a idéia de introduzir uma taxa à entrada de automóveis no centro urbano surgiu no programa eleitoral do agora vereador apoiado pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, e era admitida pelo socialista Manuel Maria Carrilho, apenas como "medida limite". O programa eleitoral do candidato do PSD e actual presidente da câmara, Carmona Rodrigues, é omisso em relação a uma eventual taxação dos carros que entrem em Lisboa. (Agência Lusa, 02/01/06)