O governo vai leiloar no fim de maio deste ano as duas hidrelétricas do Rio Madeira (RO) e mais quatro usinas que foram impedidas de participar do leilão de energia nova realizado no fim de 2005, por conta de liminares da Justiça.

Ao anunciar a decisão do governo de criar um grupo de trabalho para viabilizar a construção das usinas (Santo Antônio e Jirau), que juntas terão capacidade de 6,450 mil MW, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o objetivo das licitações será a garantia de abastecimento de energia a partir de 2010, e que o governo dará "prioridade absoluta" para esse projeto.

As outras quatro hidrelétricas (Mauá, PR; Cambuci e Barra do Pomba, RJ e Dardanelos, MT) significarão a oferta de 752,1 MW, segundo a ministra.

Somente no caso das usinas do Rio Madeira, os investimentos estão estimados em US$ 6,7 bilhões, ou aproximadamente R$ 20 bilhões.

A ministra destacou ainda que a construção das duas grandes hidrelétricas deverá estimular a instalação de uma fábrica de turbinas na região, mas não disse se já existe alguma empresa interessada no negócio.

O grupo de trabalho criado para avaliar os empreendimentos tem entre suas principais atribuições analisar as questões ambientais para que eles sejam licitados. Fazem parte do grupo representantes dos ministérios de Minas e Energia, Transportes, Casa Civil, Meio Ambiente, Integração Nacional e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Segundo a ministra, além do BNDES, também poderão financiar a construção das hidrelétricas do Rio Madeira o Banco Mundial (Bird) e o JBIC (banco japonês).

Dilma Rousseff informou que as primeiras turbinas da usina poderão entrar em operação no prazo de dois anos e meio a três anos após a assinatura dos contratos. A usina deverá estar em pleno funcionamento cinco ou seis anos após os contratos. (Folha Online, 03/01)