Arrozeiros mobilizam-se para proteger arroios em Santa Cruz
2006-01-04
Reunião nesta sexta-feira (6/1), às 14h, na Ulbra/Cachoeira, vai mobilizar arrozeiros dos municípios da região central do estado por uma proposta emergencial contra os ataques aos cursos dos afluentes do Rio Jacuí, que estão sendo barrados para instalação de puxadores de água para as lavouras de arroz.
A proposta será encaminhada ao Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí, que levantou em encontro preliminar, na segunda-feira (2/1), também na Ulbra, o dano ambiental provocado pelos barramentos.
Devem participar do encontro de sexta representantes dos arrozeiros, União Central de Rizicultores (UCR), sindicatos rurais da região, conselheiros do e técnicos do Irga, representantes dos municípios da região, sindicatos de trabalhadores rurais e cooperativas. Segundo o presidente da União Central de Rizicultores (UCR), Gilmar Freitag, que também integra o Comitê de Bacia e é vice-presidente da Federarroz, este encontro servirá para que os produtores apresentem soluções emergenciais.
“Estamos em meio a uma safra e agora só é possível procurar paliativos e medidas emergenciais, enquanto soluções duradouras são buscadas no estado”, frisou Freitag. Segundo o dirigente arrozeiro, as chuvas deste final de semana devem amenizar a demanda por água dos rios e arroios por pelo menos 15 dias.
Ainda assim, a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) vai realizar operações nos principais arroios e rios da região identificando pontos críticos e conscientizando os produtores para não atacarem o curso dos rios. Dependendo da gravidade do caso, algumas bombas poderão ser lacradas e os produtores indiciados por crime ambiental.
“Há um prejuízo evidente ao meio ambiente e mesmo aos arrozeiros que estão rio abaixo, que acabam ficando sem água”, destacou Freitag. Para ele, só haverá uma solução definitiva a partir da regulamentação da lei que determina a outorga da água. Ainda assim, isso deve levar algum tempo. Até lá, acredita, “os produtores precisarão buscar uma melhor estrutura de abastecimento de água para irrigar suas lavouras”. (Jornal do Povo, 4/1)