Reunião decide que Arroio Águas Claras terá que atingir afluente do rio Gravataí
2006-01-04
O Departamento de Recursos Hídricos (DRH) da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente (Sema) realizou reunião na manhã de ontem (03/01) para tratar da
utilização racional do manancial do arroio Águas Claras, em Viamão.
Participaram o diretor do DRH, Rogério Dewes, representantes do INCRA, do
Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, do setor de irrigação da
Fepam e do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da secretaria.
Na última semana foi constatado um desvio do arroio Águas Claras para dentro
da barragem existente no assentamento Filhos de Sepé, no entorno do Refúgio
de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos. A barragem está regularizada pelo DRH,
mas a retirada de água para irrigação depende de outorga do mesmo órgão, cujo
processo foi protocolado em outubro para 1.600 hectares de lavoura de arroz.
“A quase totalidade de água do arroio está sendo conduzida para a barragem e
o que sobra ainda é utilizado em uma lavoura”, disse Rogério Dewes. Ele
acrescenta que, embora o INCRA afirme que toda a água que é derivada para
dentro da barragem acabe chegando ao rio Gravataí, é necessário garantir que
isso efetivamente aconteça.
Portanto, na reunião ficou decidido que até amanhã (05/01), o INCRA terá que
apresentar ao DRH/Sema uma proposta técnica para execução de obra que permita
conduzir as águas do arroio Águas Claras até o arroio Alexandrina, que é
afluente do rio Gravataí. “Acredito que após a proposta, o trabalho seja
executado em cinco dias”, prevê Dewes. Ele ainda declarou que uma parte do
arroio Águas Claras continuará entrando no açude para manter o banhado
abrigado pelo Refúgio de Vida Silvestre.
Dewes ainda afirma que a obra a ser executada não vai alterar as condições de
atendimento de água no assentamento do INCRA, pois o abastecimento é feito
pela barragem.
Hoje a situação do nível do rio Gravataí junto ao ponto de captação em
Alvorada é de 75 cm. Segundo Dewes, chegando em 50cm será necessário cessar
qualquer bombeamento. “A situação é preocupante, portanto o racionamento é a
melhor conduta”, alerta Dewes. (Sema, 03/01)