O bom negócio florestal
2006-01-03
Está na moda plantar árvore. Até porque se transformou num bom negócio, com os
novos projetos de produção de celulose e madeira no Rio Grande do Sul -
Aracruz, Votorantim e Stora Enso - e com a ameaça de falta de madeira nos
próximos anos. O presidente da Caixa-RS, Dagoberto Lima Godoy, está oferecendo
dinheiro em condições camaradas para quem quiser virar silvicultor, tenha
tradição rural ou seja um cidadão urbano. Crédito até R$ 150 mil, para
amortização em 12 anos e carência de 8 anos (uma floresta pode ser cortada aos
7 anos), com juros de 8,75% ao ano, sem TJLP. Só é preciso ter garantias reais
(imóveis rurais ou urbanos) ou aval.
A área plantada com eucaliptos e pinus no País aumentou 600 mil hectares em
2005, 20% mais que em 2004, alcançando 6,1 milhões de hectares, segundo dados
preliminares da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. De
acordo com Carlos Aguiar, presidente da Abraf recentemente reeleito e
diretor-presidente da Aracruz, se esse ritmo de crescimento for mantido o
fantasma do “apagão florestal”, que tanto assombra as indústrias que trabalham
com madeira, será mantido à distância por pelo menos mais alguns anos. O
mercado de florestas plantadas movimenta US$ 17 bilhões por ano no Brasil e as
exportações devem passar de US$ 5,8 bilhões, em 2004, para US$ 6,4 bilhões
este ano, segundo o informativo da Aracruz. (Danilo Ucha, JC, 03/01)