O uso da comunidade de macroinvertebrados bentônicos para avaliação de degradação de ecossistemas de rios em áreas agrícolas
2006-01-03
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Local: Rio de Janeiro
Ano: 2002
Autor: Mariana Egler
Contato: myegler@uol.com.br
Resumo:
Nesse estudo a fauna de macroinvertebrados aquáticos foi utilizada na avaliação do degradação ambiental de ecossistemas de rios decorrente do uso de pesticidas em cultivos olerícolas. O estudo foi desenvolvido numa pequena localidade chamada São Lourenço, no município de Nova Friburgo, RJ, que representa uma dos principais produtores de legumes e hortaliças consumidas na região metropolitana do estado Rio de Janeiro. Este projeto buscou avaliar, através da fauna de macroinvertebrados bentônicos, o impacto ambiental sobre os rios locais. Além disso buscou-se também contribuir para o entendimento da resposta da fauna de macroinvertebrados aquáticos ao uso combinado de diferentes formulações de pesticidas; testar a possibilidade de usar medidas bioindicadoras baseadas na comunidade macrobentônica para avaliação qualidade da água. O desenho experimental foi desenvolvido baseado no fato de que sistemas agrícolas são impactados tanto pelo desmatamento e assoreamento, quanto pelo uso de pesticidas. Assim tentou-se individualizar o efeito do uso de pesticidas, dos demais impactos associados ao desmatamento e assoreamento. Os resultados das análises ambientais revelaram um gradiente de degradação, com as áreas florestadas sendo classificadas como de maior integridade, as áreas desmatadas como de integridade intermediária e as áreas de cultivo como de integridade pobre. As análises de pesticidas anticolinesterásicos baseados em ensaios enzimáticos não detectaram contaminação nas áreas cultivadas. Já os resultados da análises biológicas revelaram que a fauna das áreas de cultivo foram distintamente mais afetadas que a das áreas desmatadas. Nas áreas desmatadas observou-se uma redução na abundância de espécies, com a manutenção na riqueza de táxons. Já nas áreas de cultivo observou-se além da perda na abundância de espécies uma redução em 50 por cento da riqueza de táxons. O contraste entre os resultados negativos das análises laboratoriais de pesticidas e a redução na riqueza de táxons foi um resultado inesperado, mas que demonstra as dificuldades de se realizar um monitoramento eficiente da contaminação por pesticidas utilizando apenas metodologias laboratoriais e constata a importância da realização de análises biológicas como medida complementar para avaliação do impacto ambiental em áreas agrícolas.