Ministério da Agricultura confirma lavoura transgênica
2006-01-03
O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou ontem (2/1) a existência de lavouras de milho transgênico no Rio Grande do Sul. O laudo foi obtido através de resultado de exame laboratorial e integra o grupo de 15 amostras recolhidas pelo Ministério da Agricultura aleatoriamente no mês passado, na região de Santo Ângelo. O resultado positivo, apontado pelo laboratório de Santos (SP), foi revelado pelo superintendente do Mapa no RS, Francisco Signor.
Apesar de a Lei 11.105 determinar o rastreamento e a queimada de lavouras de milho transgênico, além do enquadramento do produtor, o Mapa não tomará nenhuma atitude até que sejam repassados os recursos da União destinados ao RS em 2006.
"Enquanto o Tesouro não liberar o dinheiro, nenhum carro sai da garagem", afirma Signor, sem precisar qual a quantia necessária para assegurar os repasses e garantir o procedimento sanitário recomendado.
Enquanto isso, o Mapa adota apenas procedimentos de prevenção e esclarecimentos sobre os malefícios provocados pelo produto geneticamente modificado. Ainda nessa semana, o órgão reunirá produtores, comércio e indústria para conscientizá-los sobre os prejuízos que podem ser causados à economia como um todo com a proliferação do milho transgênico, que ainda é ilegal.
"Se esse milho chega a se proliferar, será um desastre", alerta Signor. Também, desde o dia 28 de dezembro, cooperativas, indústrias e transportadores que trabalham com milho estão sendo comunicados que o Mapa cobrará análise comprovando que o grão não é modificado.
Contudo, a indústria garante que não tem conhecimento das exigências feitas à compra de milho. Segundo o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, essa orientação deve partir do Mapa, pois não compete à indústria fazer análise dos produtos geneticamente modificados.
"Ainda não temos conhecimento de nada. Quando nos chamarem, vamos avaliar o que pode ser feito e o encaminhamento que poderemos dar", frisa. (CP, 3/1)