A chuva forte que caiu durante a manhã de ontem (2/1), em Porto Alegre, provocou alagamentos e transtornos em ruas e avenidas, principalmente nos bairros próximos à área central, como Azenha, Menino Deus e Cidade Baixa, e na zona Sul.

Houve desabamento de uma casa na zona Leste e de outra no Centro. Conforme a Defesa Civil da Capital, choveu 110 milímetros nas áreas mais concentradas, média equivalente à precipitação de um mês.

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou mais de 30 pontos de alagamentos, 15 deles críticos, como nas avenidas Azenha, Borges de Medeiros, Ipiranga e no entorno do Campus Central da Ufrgs.

Os bairros Azenha e Menino Deus foram os mais castigados pelo temporal. O volume de água fez transbordar o arroio Dilúvio, que estava quase seco; inundou várias lojas na avenida Azenha e todos os apartamentos térreos de um prédio na rua Marcílio Dias.

Na zona Sul, um veículo foi arrastado pelas águas por cerca de 100 metros. No interior do Estado, a chuva registrada no fim de semana, por um lado, aliviou o quadro de estiagem em algumas regiões, como o Alto Uruguai, mas, por outro lado, foi a chuva de domingo à noite, com granizo e ventania, que fez estragos, especialmente em municípios como Getúlio Vargas, Erebango e Estação.

Residências e lojas são invadidas pelas águas
A Azenha e Menino Deus foram dois dos bairros mais castigados pelo temporal de ontem. A quantidade de água foi tão grande que o arroio Dilúvio, que estava praticamente seco, quase transbordou.

Na avenida Azenha, as casas de comércio de peças de automóveis foram invadidas pelas águas. Os comerciantes tentaram fechar os portões, mas acabou sendo inútil pelo volume de água e pelas ondas produzidas pelos ônibus.

Proprietário de um dos estabelecimentos, Elemar Moraes ficou com água pelos joelhos para pedir aos veículos que baixassem a velocidade. Na mesma via, ao menos dois carros foram arrastados. O aposentado Francisco de Paula, 57 anos, tentava tirar o seu Chevette, que ficou com água pelos vidros. “Vim de Viamão para comprar peça para o carro e quando retornei estava submerso”, contou.

Na rua Marcílio Dias, no Menino Deus, os namorados Ritamara, 23 anos, e Fabiano, de 25, foram acordados pela força das águas. O prédio onde moram fica abaixo do nível da rua e a enxurrada invadiu todos os apartamentos do térreo. A porta de entrada, de vidro, não resistiu e foi quebrada. O casal teve tempo apenas de salvar alguns eletrodomésticos.

Conforme o Departamento de Esgotos Pluviais, um dos motivos da inundação no bairro Menino Deus foi um problema na Casa de Bombas nº 13, no Parque Marinha do Brasil. O ponto ficou cerca de meia hora parado.

Na avenida Icaraí, uma motorista perdeu o controle da Parati que dirigia e caiu no arroio. Ela conseguiu sair do carro só com escoriações leves. Com o aumento da chuva, a força da água arrastou o veículo por cerca de 100 metros. (CP, 3/1)