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2006-01-02
Com a chegada do calor mais intenso e com pouca chuva, o principal manancial de Porto Alegre, o Lago Guaíba, fica mais suscetível a fenômenos típicos deste período, em especial à presença de algas. Além de monitorar diariamente as águas do manancial, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) promoveu iniciativas para combater e amenizar os efeitos da ação das algas. As estações de tratamento de água, por exemplo, foram preparadas a fim de garantir melhor dosagem e mais tempo de contato do carvão ativado em pó com a água bruta, o que poderá dar maior eficácia à aplicação do produto.

Ainda visando à qualidade da água, o Dmae desenvolveu em 2005 um programa de remoção do mexilhão dourado das canalizações e de poços de sucção nos sistemas de captação do lago. A autarquia ampliou o cronograma de lavagem e de desinfecção dos 98 reservatórios da rede de distribuição de água na cidade, além de ter feito a recuperação dos filtros e dos tanques de decantação das estações de tratamento.

O departamento também não descarta a possibilidade de fazer uso de novas técnicas e produtos que foram estudados ao longo do ano, como é o caso da estação de tratamento de água (ETA) de Belém Novo, onde está sendo utilizado um polímero sintético de origem vegetal em substituição ao sulfato de alumínio.

No caso da ETA da Tristeza, está em andamento a obra de um novo ponto de captação (investimento de R$ 1,628 milhão). A canalização, que deverá estar pronta em março de 2006, tem 710 m, dos quais 540 m são subaquáticos. A iniciativa visa à captação em um dos pontos de maior correnteza do rio, onde a água é mais rica em biodiversidade.

Coletas
As análises feitas pelo Dmae a partir de coletas de água bruta do Lago Guaíba neste fim de semana, dias 31 e 1º, identificaram a presença de algas azuis (cianobactérias do gênero Planktothrix ) em Ipanema, Vila Assunção e próximo ao ponto de captação de água da ETA Tristeza. A partir desses resultados, o Dmae passou a aplicar carvão ativado em pó de forma constante na ETA Tristeza. A mesma operação está sendo realizada em Belém Novo - neste caso como medida preventiva - e na Represa da Lomba do Sabão (divisa com Viamão), onde as últimas análises realizadas também registraram a existência de cianobactérias.

Não há neste momento floração próximo aos outros cinco pontos de captação de água bruta no Lago Guaíba (São João/Moinhos de Vento, Menino Deus, Belém Novo, Lami e Ilha da Pintada), que juntos representam cerca de 94% da água tratada que abastece a população de Porto Alegre.

A presença desses organismos no Guaíba vem sendo verificada há pelo menos cinco anos, com três eventos de proliferação mais significativos em 2002, 2004 e 2005. A floração das algas ocorre quando, além do alto índice de poluição do manancial, há calor e estiagem, situações típicas dos últimos verões do Rio Grande do Sul.

A presença das algas não afeta a qualidade da água distribuída aos porto-alegrenses, que atende aos padrões de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde. (Dmae, 01/01)

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