A moda é poupar energia
2006-01-02
O mundo está cada vez mais sedento de energia. E a energia é cada mais escassa, cara e difícil de gerar. Hidrelétricas alagam quilômetros de terras, termoelétricas são uma calamidade ambiental, usinas nucleares produzem lixo tóxico, o petróleo é caro e polui.
Por isso, a tendência é apostar na economia de energia. Assim como uma mangueira furada deixa escapar água, aparelhos eletrônicos que gastam demais deixam escorrer precisos watts pelo ralo do desperdício. A ordem é tapar os furos do sistema.
O consumidor está cada vez mais preocupado com a eficiência dos produtos que adquire. E um dos pontos mais observados é justamente o consumo de energia do aparelho.
Já existem várias alternativas no mercado para economizar luz. Eletrodomésticos como geladeiras e freezers, por exemplo, exibem um selo informando quanto gastam de energia.
O consumidor também pode optar pelas fluorescentes compactas, capazes de transformar 32% da energia em luz (contra 8% da incandescente). Uma fluorescente de sete watts tem, assim, a mesma eficiência luminosa de uma incandescente de 50 watts. E dura oito vezes mais.
Há ainda opções de eletrodomésticos que gastam menos e soluções mais radicais. A principal são prédios e casas inteligentes, como a do gráfico ao lado, inteiramente projetada para poupar energia.
Um laboratório contra o desperdício
- O objetivo é evitar o custo ambiental de hidrelétricas, termelétricas e usinas nucleares-, explica o vice-diretor do Labelo, Álvaro Medeiros de Farias Theisen.
Responsável pela avaliação da eficiência energética e a segurança de cerca de 60% dos produtos elétricos fabricados no Brasil, incluindo todos os eletrodomésticos, o Labelo adota alguns dos conceitos mais modernos sobre economia de energia. A iluminação das novas salas, por exemplo, é garantida por aberturas de vidro no telhado. Isso reduz a necessidade de lâmpadas, que, além de serem todas fluorescentes, são colocadas em luminárias com espelhos, para refletir ainda mais a luz. Obtém-se, assim, a mesma luminosidade com menos energia.
O calor gerado pelos aparelhos é levado para fora das salas, evitando o aquecimento do ambiente-, e o gasto de mais energia com refrigeração.
Até em casa Theisen persegue a economia - e está sentindo a diferença no bolso. Desde que trocou o freezer e a geladeira por modelos mais econômicos, a conta de luz caiu, em média, R$ 50. (ZH, 02/01)