As plantações de milho em várias áreas do interior de Santa Cruz do Sul começam a ganhar um tom amarelado devido à falta de água e ao sol forte.

Na primeira vistoria realizada esta semana para verificar os prejuízos da estiagem, técnicos notaram que a situação começa a se agravar e pode comprometer novamente a produtividade do milho.

Em Cerro Alegre Alto, a grama dos campos está ressecada e as plantações aparecem com folhas retorcidas. O técnico da Emater, Vicente Puntel, explica que o milho deve ter a produtividade reduzida devido à má-formação dos grãos e ao ataque de lagartas que devoram as folhas.

"No ano passado, isso aconteceu a partir de fevereiro. Se agora já está assim, o risco de mais prejuízos aumenta", afirmou. Numa das lavouras analisadas, ele estimou um estrago de 90% no milho.

O gado enfrenta dificuldades para se alimentar. Os açudes e aguadas estão com o nível abaixo do normal. "Tivemos uma dimensão do que a falta de chuva está causando", ressaltou o secretário de Agricultura Benno Kist.

Em Lomba Grande, na zona rural de Novo Hamburgo, os açudes já estão secos e a aposta dos produtores é com relação à safra de uva. Segundo levantamento da Semag, as perdas na lavoura e na produção de leite já chegam a 20%. O titular da Semag, Roberto Kieling, informa que um agricultor local já perdeu 40% da lavoura de milho cultivada em 24 hectares. Mesmo produtor que no verão passado não colheu em 80% dos 80 hectares de soja."Se não chover este final de semana não sei o que será do milho", aponta. (CP, 29/12)