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lixo tecnológico / eletrônico
2005-12-29
Quem aproveitou o décimo terceiro salário para trocar alguns componentes do microcomputador, ou até mesmo adquirir um equipamento novo, geralmente acaba entrando em um dilema: o que fazer com o PC ou os componentes antigos? A falta de informação e orientação tem levado muitas pessoas a cometer o erro de jogar peças inutilizadas no lixo doméstico.

Grande parte dos aparelhos eletrônicos como placas de computadores, televisores, monitores e até celulares possui elementos como chumbo, mercúrio e cádmio em sua composição e, quando descartados de forma inadequada, podem causar danos à saúde dos seres humanos.

“Quando enviados aos aterros sanitários acabam sendo desmembrados, o que pode causar a eliminação de toxinas e uma grave agressão ao meio ambiente”, explica a engenheira ambiental Carolina Marques Piva. Em pequena escala, o risco de contaminação de seres humanos é pequeno, mas, se tratando de um processo gradual, o lixo ruim pode ir se acumulando em aterros e, ao longo dos anos, contaminar solo, lençóis freáticos (correntes subterrâneas de água) e até plantações de frutas e verduras.

Como a maioria dos fabricantes não possui programas específicos de recolhimento de peças inutilizadas, a engenheira recomenda a venda ou doação dos equipamentos descartados. “Em países da Europa há uma política que regulamenta o recolhimento e a reciclagem de equipamentos antigos pelos fabricantes, mas por aqui o projeto de lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos continua empacado”, comenta Carolina.

Atualmente a única regulamentação existente na área de eletroeletrônicos diz respeito ao descarte de pilhas e baterias do tipo recarregáveis, com alta presença de chumbo, cádmio ou mercúrio, que devem ser depositadas em locais específicos e depois recolhidas pelos fabricantes.

Monitores de vídeo são considerados os grandes vilões
Os monitores de vídeo, em especial os tradicionais modelos CRT (Cathode Ray Tube, ou seja, tubo de imagem) possuem 5 substâncias tóxicas em sua composição: chumbo, mercúrio, cádmio, bário e fósforo. Durante o uso o monitor emite radiação e algumas dessas substâncias são necessárias para proteger o ser humano.

“Se elas não estivessem ali nós poderíamos ter sérios problemas de saúde, mas o grande problema é que essas substâncias podem levar à morte se manuseadas sem o devido cuidado”, alerta a engenheira.

Em Ribeirão Preto há algumas lojas de informática que compram equipamentos de hardware e microcomputadores usados. O preço varia conforme a avaliação feita pelo comprador. “Depende do estado, marca, ano de fabricação da peça”, afirma Atílio Camilo, gerente do Bazar do Micro. O valor, na maioria das vezes, não chega a atingir nem mesmo um terço do preço da peça nova, mas garante um destino seguro para o equipamento sem uso.

“Nosso mês de maior movimento é janeiro porque muitas pessoas fazem troca de componentes do computador no final do ano e depois revendem partes como monitores de vídeos, discos rígidos, placas-mãe e até placas de vídeo”, acrescenta Camilo.

Walt Disney, há 20 anos no ramo de assistência técnica de computadores, costuma recomprar peças de hardware para revender por quilo. “Os processadores, por exemplo, são peças que dificilmente são recuperadas, e por isso são vendidas a quilo. Já outros componentes são comprados em grande quantidade por empresas que fazem a reciclagem e reutilizam o material para fabricar novos componentes”, comenta o técnico em computadores.

Além da sucata eletrônica, as placas-mãe também são bastante procuradas em sua loja. “Costumo pagar em torno de R$ 50 por uma placa com cinco anos de uso e em bom estado. Esse tipo de peça é bastante procurado por quem tem microcomputadores mais antigos e necessitam recuperar o equipamento ou até mesmo informações contidas nele”, afirma Disney. (A Cidade, 28/12)

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