ALGUNS PAÍSES TÊM O DIREITO DE AUMENTAR AS EMISSÕES DE CO2
emissões de co2
2001-09-18
Quando se fala em Protocolode Kyoto, muitas pessoas logo associam o tratado ao corte de emissões de dióxido de carbono e de outros gases estufa. Na realidade, porém, muitos países são considerados credores em termos de emissões. Em vez de cortar as emissões, eles têm o direito de emitir um certo nível a mais de CO2 em relação à media emitida em 1990. Esta situação inusitada é possível porque o Protocolo de Kyoto estabeleceu mecanismos flexíveis, como o joint implementation, o emmission trading e o clean development. O joint implementation (JI) dá a um país devedor o direito de adquirir parte do comprometimento de outro país no sentido de reduzir as emissões. Por exemplo, o reflorestamento que um país devedor, em termos de emissões de CO2, promove em outro, menos devedor, pode ser descrito como JI. O clean development mechanism (CDM) é o caso de um país desenvolvido ajudar a evitar emissões em outro. E o emmissions trading, ou comércio de emissões, ainda é algo muito polêmico, pois muitos grupos de ambientalistas questionam a sua viabilidade, uma vez que só se pode comercializar algo que se possui, e o direito ao ar puro não é algo comercializável porque ninguém tem a posse do ar, dizem os ecologistas. É interessante notar que os credores em termos de emissões de CO2 - aqueles que teoricamente podem emitir gases estufa - dividem 6% do PIB mundial, enquanto que os devedores dividem 94% do PIB. Entre os credores estão a Grécia (com direito de emitir mais 25% sobre o padrão de emissão de 1990), a Suécia (4%), Portugal (27%), Noruega (1%), Irlanda (13%), Austrália (8%) e Espanha (15%). Há alguns países que se comprometeram somente a não aumentar seu nível de emissões, como é o caso de Rússia, França, Finlândia e Nova Zelândia. Devem cortar as emissões EUA (7%), Japão (6%), Alemanha (21%), Reino Unido(12,5%), Canadá (6%), Itália (6,5%), Polônia (6%), Romenia (6%), República TCheca (8%), Holanda (6%), Bélgica (7,5%), Bulgária (8%), Hungria (6%), Áustria (13%), Dinamarca (21%), Suíça (8%) e Luxemburgo (28%).