Finlandesa Outokumpu inicia a construção da usina da Samarco no Espírito Santo
2005-12-29
O presidente da empresa finlandesa Outokumpu Technology, Tapani Jarvinen, chegou
a Belo Horizonte para dar início às obras da usina de pelotização da Samarco
Mineração que será construída no município de Ubu, no litoral do Espírito
Santo. O empreendimento terá custo de US$ 200 milhões e capacidade para
produzir 7,5 milhões de toneladas anuais de pelotas de minério de ferro, que
chegarão à fábrica por meio de um mineroduto com origem na Região Metropolitana
de Belo Horizonte, a 400 quilômetros de distância. Segundo Jarvinen, trata-se
do maior contrato da sua organização desde que começou a operar no país, nos
anos 1970.
A companhia faz parte do Grupo Outokumpu Oyj, uma das dez maiores organizações
empresariais da Finlândia, com faturamento superior a US$ 7 bilhões anuais. O
grupo tem suas atividades concentradas em duas áreas: produção de aço
inoxidável e a implantação de unidades industriais para a produção de minérios
e metais.
Segundo Jarvinen, a companhia deve ocupar cerca de mil trabalhadores durante
os 24 meses de duração da obra e pretende adquirir cerca de 80% dos equipamentos
de fornecedores brasileiros. Na semana passada, o industrial finlandês reuniu-se
com o governador do Espírito Santo, Paulo Artung, para definição de benefícios
fiscais para o empreendimento. A empresa finlandesa já construiu outras
fábricas no país, tendo como principais clientes o Grupo Vorotantim e Caraíba
Metais.
A nova usina, a terceira da Samarco no litoral do Espírito Santo, faz parte do
programa de ampliação da produção de pelotas de minério, passando das atuais
14 milhões de toneladas para 21,6 milhões anuais, totalmente voltadas para a
exportação. Serão investidos US$ 1,2 bilhão no empreendimento.
As pelotas são formadas a partir da concentração do minério de ferro encontrado
no inabirito, uma espécie de mineral com baixo teor de ferro, em torno de 45%,
quando comparado com os 65% encontrados no itabirito. Dissolvido em água, o
minério segue dentro de tubulações – o mineroduto – para o litoral do Espírito
Santo. Segundo os técnicos, o custo de transporte é até cinco vezes inferior
ao das ferrovias. (GM, 28/12)