Furto de plantas torna-se comum em Santa Cruz do Sul
2005-12-28
Cuidado, o colorido de seu jardim está em risco. Não é brincadeira. Parte de
projetos paisagísticos ou não, as plantas são a mais nova opção dos ladrões em
Santa Cruz do Sul.
As bromélias têm a preferência – um único exemplar pode chegar a R$ 350,00. Flores da moda, elas são levadas até mesmo de locais protegidos, como o salão de beleza Mais Bonita.
Localizado na Rua Carlos Trein Filho, o ponto foi atacado no último fim de semana, apesar de ser cercado por uma grade de quase dois metros de altura e contar com alarme. De lá, os ladrões levaram cinco exemplares. “Escolheram as mais caras. Quem fez entende do negócio”, acredita a empresária Inesita Barbosa, que sofreu prejuízo de cerca de R$ 400,00.
Perda parecida com a dela teve o engenheiro mecânico Vitor Baumhardt. Há dois anos, ele coordenou a reforma da casa de sua família, que fica na Rua Thomas Flores, bem no Centro. Uma parte do montante gasto na obra foi aplicado no ajardinamento, que já não é mais o mesmo por causa dos criminosos. “Roubaram sete bromélias. Perdi em torno de R$ 450,00. Não pretendo mais investir em plantas. Não adianta, eles levam.”
Para a sócia-proprietária da Floricultura Berger, Angela Berger, os furtos podem ser parte de um esquema maior, onde os exemplares subtraídos estariam abastecendo uma espécie de comércio clandestino. “Só neste ano tivemos vários clientes prejudicados. Há pessoas que viram as folhagens serem colocadas em uma caminhonete ou Kombi”, explica ela, sem revelar quem teria testemunhado as ações.
A Brigada Militar, porém, não tem nenhum registro sobre esse tipo de furto. O que, segundo o capitão Antônio Reginaldo Mendes, isso pode motivar a reincidência dos casos. “Geralmente não se têm o hábito de comunicar perda desta natureza. Quando isso deixa de acontecer, nosso trabalho fica mais difícil de ser feito, como em outras situações.”
De acordo com ele, o 190 pode ser usado para informações, assim como o telefone 3717 1100. “Depois disso, não duvido que sejam capazes de roubar mais nada”, desabafa Inesita, uma das vítimas dos ladrões de jardins.
O furto de plantas também é realidade em Sinimbu. De acordo com a paisagista Sandra Kanitz, um de seus clientes teve dois vasos levados há poucos dias. A ação resultou em prejuízo de mais de R$ 300,00. “Tanto lá como aqui, as pessoas têm medo de investir em ajardinamento fora da área cercada. Nos pedem para cuidar com isso nos projetos”, informa Sandra. (Gazeta do Sul, 28/12)