Água do Gravataí gera reclamação
2005-12-28
A Corsan registrou ontem (27/12) alterações no gosto da água distribuída em Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Guaíba. O problema se deve ao baixo nível do rio Gravataí, que ocasiona o aparecimento de algas que provocam mau cheiro e gosto ruim.
Para amenizar a situação, está sendo adicionado carvão ativado no tratamento. Segundo a Corsan, a água tem qualidade para o consumo, mas muitas pessoas começaram a buscar alternativas. A aposentada Verônica, 57 anos, moradora de Gravataí, reclamou do gosto ruim do líquido que sai das torneiras. "Está horrível. Estou tendo que comprar água mineral", disse.
Os problemas ocasionados pela possível estiagem preocupa os moradores da região. A comerciária Mairi, 47 anos, precisa acordar às 3h para lavar roupa ou a louça. Assim como centenas de famílias residentes nas Moradas do Vale I e II, em Gravataí, sofre com a falta constante de água.
No verão, o problema se agrava, as torneiras secam e a água só retorna na madrugada. Com a estiagem que poderá atingir a Bacia do Rio Gravataí, a tensão aumenta. "Se em dias normais já falta, imagine com escassez de chuva", ressaltou.
O diretor de Operações da Corsan, Jorge Accorsi, garantiu ontem que está afastada a possibilidade de racionamento de água na região Metropolitana devido à falta de chuva. Explicou que o problema nas Moradas I e II é pontual e que deverá ser solucionado ainda este verão. As obras, que estão em fase final, aumentarão a pressão para que as partes mais altas, onde a água chega com dificuldade, sejam abastecidas normalmente.
Accorsi disse que o acordo com os arrozeiros, que teve a chancela do Ministério Público, impedirá que a situação alcance patamares registrados no verão passado, quando parte da população ficou sem abastecimento. "Em janeiro e fevereiro tivemos problemas com as barragens. O acordo, que permite o bombeamento pelos produtores durante 72 horas e a suspensão da captação nas 48 horas seguintes, beneficiará todos e garantirá o serviço", assegurou. (CP, 28/12)
Apesar de a Corsan assegurar o abastecimento mesmo com a possível estiagem, o diretor aconselha que os usuários economizem. Nos dias de grande calor, o consumo aumenta em 20%. "O uso racional é importante, pois quanto mais água nos reservatórios, melhor é a distribuição", assinalou. A Corsan condena o uso de mangueiras para lavar o carro, regar as plantas e limpar calçadas. Nesses casos, é preciso aprender a utilizar baldes ou regadores. Lavar a calçada sem fechar a torneira consome 4 litros de água por minuto.