ONGs suspeitas de biopirataria
2005-12-28
Organizações não-governamentais estão na mira das autoridades brasileiras por
suspeita de biopirataria.
As ONGs suspeitas atuam em áreas de preservação ambiental e seriam testas-de-ferro
de empresas estrangeiras interessadas em explorar riquezas brasileiras. Um
relatório reservado da Agência Brasileira de Inteligência aponta mais de uma
centena de ONGs sob investigação. A agência atua no Programa Nacional de Proteção
ao Conhecimento. Um dos casos veio a público em junho, em sessão da CPI da
Biopirataria na Câmara.
De origem americana, a entidade teria bancado durante três anos um salário
mínimo mensal a um grupo de índios para que mapeassem os recursos naturais do
Parque do Xingu, uma das reservas indígenas mais famosas do mundo, com uma
dezena de etnias, localizada no norte do Mato Grosso. As suspeitas são de que a
ONG possa ter localizado e remetido ervas para o exterior, onde seriam estudadas
e patenteadas por indústrias farmacêuticas e de cosméticos.
Outra ONG ganharia de um laboratório estrangeiro até R$ 2 milhões por estudo
sobre descoberta de novas espécies de primatas da Amazônia. O trabalho, tornado
público há três anos, era realizado por um cientista holandês, funcionário de
um instituto de pesquisa brasileira que publicava pesquisas científicas, em
inglês, no exterior.
Apesar de ser contratado como botânico, ele tinha um viveiro particular de animais,
costumava viajar para fora do Brasil à revelia e foi flagrado transportando
macacos sem autorização. Após a divulgação do caso, um cientista americano que
estudava genética molecular com macacos amazônicos desapareceu. (ZH, 27/12)