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2005-12-28
Cozinhar em panelas de alumínio, a longo prazo, poder ter efeitos nocivos para a saúde. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) encontrou quantidades do metal acima do aceitável em alimentos, após o preparo em utensílios feitos desse material, os mais usados.

Após a análise de arroz com feijão, a engenheira Elaine Cristina Bocalon, coordenadora do trabalho realizado na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, observou uma transferência de 20 miligramas de alumínio por litro depois de 3 horas de fervura em água com sal (com uma concentração de 10 gramas de sal em 4 litros de água). Enquanto o padrão máximo admissível é de 14 miligramas. A pesquisa foi divulgada no site da Agência de Notícias da USP e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Vários estudos científicos já relacionaram o alumínio a disfunções neurológicas como o mal de Alzheimer, ao câncer de pulmão e à inflamações. Em artigo publicado na Revista de Nutrição, Késia Diego Quintaes, do Departamento de Planejamento Alimentar e Nutrição, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, revela que cerca de 75% a 95% do alumínio ingerido é eliminado na urina e nas fezes, o restante é absorvido e depositado em vários órgãos como os ossos e pulmões.

A engenheira também constatou que quanto mais sal na água, maior é a passagem de alumínio para a comida. Aumentando a salinidade de 10 para 50 gramas por 4 litros, verificou-se que a concentração de metais cresceu 25%. O sal eleva a condutividade da água, segundo explicou à Agência Fapesp Elaine Bocalon. A variação do pH, de muito ácido para muito básico, aumentou em 160% a concentração do alumínio na água.

Segundo Késia, outro fator que influencia na transferência de metais é a qualidade da liga de alumínio utilizada pela indústria.

Para evitar os efeitos prejudiciais do alumínio nos alimentos, a pesquisadora recomenda que o sal seja adicionado aos alimentos depois que sejam cozidos. Além disso, Elaine aconselha a utilização de recipientes de teflon, que acredita serem os melhores, pois contêm camadas de óxidos em suas paredes que dificultam a transferência de metais tóxicos.

A coordenadora do estudo está concluindo um trabalho com água contaminada por partículas de alumínio nas panelas de teflon.

Outra medida preventiva é não lavar os utensílios com esponja de aço, que podem aumentar a transferência de metais para a água. A experiência foi realizada com panelas novas, que ainda não haviam sido lavadas diversas vezes. Também é importante não deixar as panelas no fogo durante muito tempo. (Fonte: Claudia Bojunga / Jornal do Brasil, 27/12/2005)

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