O reencontro fora do criatório em Morro Reuter, na noite de sexta-feira (23/12), segundo Saul Zaniol, foi cinematográfico. A macaca Brigite foi colocada no chão e, ao escutar seu nome, correu para os braços do homem, que caiu em lágrimas. Foram 65 dias de espera para que o animal, recolhido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sob a alegação de que os Zaniol não tinham autorização para criá-lo, retornasse para sua casa, no bairro Rio Branco. Brigite voltou para Caxias do Sul por força de uma liminar da Justiça Federal. Um recurso apresentado pelo Ibama contra essa determinação deve ser julgado nesta semana.

Para a advogada Ana Paula Fialho, entretanto, dificilmente o Ibama conseguirá reverter a decisão. Ela afirma que anexará nas contra-razões do agravo impetrado pelo Ibama fotos da macaca e um laudo veterinário informando que ela perdeu peso e está com a saúde debilitada. Isso teria ocorrido em virtude de ter sido retirada de Caxias. Sexta-feira, ao voltar à cidade, Brigite não encontrou apenas os seus familiares . Na Avenida Rio Branco, dezenas de pessoas esperavam pela macaca, que só chegou perto da meia-noite. Ao desembarcar, recebeu um farto banquete de frutas e água. Conforme Airton Zaniol, 40 anos, Brigite perdeu pelo menos cinco quilos no criatório.

- Ela está muito magra. Dá para sentir as costelas passando a mão nas costas-, lamenta.

Mas isso é passageiro, garante o dono do animal. Brigite também ganhou um grande presente de Natal. A família investiu R$ 5 mil na construção de um novo viveiro para ela.

- Tinha que ver a felicidade dela quando viu a nova casa. Mantivemos duas árvores [um abacateiro e uma bergamoteira] e aumentamos a casinha dela-, conta Saul. (Pioneiro, 26/12)