O Ministério da Agricultura está intensificando as ações de fiscalização sobre o milho transgênico no Estado. A medida pretende coibir o plantio e a comercialização dos produtos geneticamente modificados que não são autorizados pela Lei de Biossegurança do país e que estariam ingressando de forma irregular.

O governo está preocupado porque foram identificados grãos transgênicos numa carga de 750 toneladas de milho proveniente do Paraguai. Há mais de um mês, quando foi feita a identificação, o carregamento foi retido em Uruguaiana. Entre o produto, que seria destinado a uma indústria avícola do Estado, os testes indicaram 0,2% de grãos geneticamente modificados.

– Ainda nesta semana vamos encaminhar um ofício alertando para a necessidade de análise no cereal por armazenadores, compradores, transportadores e empresas que trabalham com a industrialização-, explica o superintendente do ministério no Estado, Francisco Signor. Na avaliação dele, existe a possibilidade de que o milho transgênico que chegou ao Rio Grande do Sul tenha sido contaminado nos vagões de trem transportador ou nas próprias unidades armazenadoras, onde também são reservadas cargas de soja geneticamente modificada. Uma segunda amostra do produto foi encaminhada para análise no laboratório da empresa SGS, em Santos (SP). Signor critica a demora na divulgação dos resultados. Para ele, problemas emergenciais como esse deveriam ser resolvidos no Rio Grande do Sul. – Poderíamos fazer os testes n laboratório Alac, em Garibaldi, mas o ministério em Brasília dificulta ações nessa área-, afirma Signor.

O alerta sobre o milho transgênico vale também para os produtores gaúchos. No mês passado, o deputado estadual Frei Sérgio Görgen (PT) apresentou denúncia de venda de sementes em Barão do Cotegipe, na Região Norte do Estado. Além de ilegal, a comercialização do produto preocupa porque no caso do milho pode haver polinização cruzada, ou seja, uma lavoura geneticamente modificada contaminar outra convencional que esteja próxima. (JC, 27/12)