Estudo sobre o clima prevê grande degelo no Alasca e Rússia
2005-12-27
A mudança climática deverá causar o derretimento de 3,35 metros de profundidade nas principais áreas congeladas do hemisfério Norte até 2100, alterando ecossistemas ao longo do Alasca, do Canadá e da Rússia, segundo um estudo do governo federal dos Estados Unidos.
Com o uso de supercomputadores nos Estados Unidos e no Japão, o estudo calculou como o solo congelado vai interagir com as temperaturas do ar, com a neve, com as mudanças do gelo marítimo e com outros processos. O cenário mais extremo envolve o derretimento de até 3,35 metros de camada de gelo congelado. –Se a superfície mais próxima descongelar, poderá liberar consideráveis quantidades de gases de efeito estufa para a atmosfera, o que poderia amplificar o aquecimento global–, disse o autor do estudo, David Lawrence, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas. –Poderíamos estar subestimando a taxa do aumento da temperatura global–, acrescentou.
O estudo foi publicado no último dia 17 de dezembro pela revista acadêmica Geophysical Research Letters, e apresentado no início deste mês em uma conferência científica em San Francisco, na Califórnia.
Mas o pequisador Vladimir Romanovsky, das áreas congeladas da Universidade do Alasca em Fairbanks, contudo, discorda que o degelo posa ser tão grande. Segundo ele, a camada de gelo do Alasca não deve descongelar tão rapidamente. Romanovsky monitora uma rede de observatórios da área congelada do Alasca para o Instituto de Geofísica.
Se as temperaturas do ar aumentarem de 2ºC a 4ºC no próximo século, a camada congelada começaria a derreter ao sul de Brooks Range, iniciando um processo de degradação em alguns locais do Ártico do Alasca. Mas uma previsão de que o degelo chegue inteiramente em áreas mais profundas é ir adiante demais, afirma o cientista. Para ele, o modelo de computador não considera alguns fatores naturais que tendem a manter a camada congelada. (CNN, 27/12)