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2005-12-27
Levantamento mundial destaca 595 regiões que precisam ser urgentemente preservadas. Taylor Ricketts, o líder do estudo, explica que se nada for feito poderá ocorrer uma crise global de extinção da biodiversidade.

Em ilhas e montanhas, a situação está pior. Se os cientistas acreditam que 245 espécies, principalmente dos grandes grupos taxonômicos, desapareceram da face da Terra desde 1500, outras 794 estão sob risco iminente de também receber o rótulo de extintas.

A alteração desse destino, segundo estudo da Aliança para a Extinção Zero que será publicado esta semana na edição online da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), passa pela preservação urgente de 595 áreas em todo o mundo. Esses pontos seriam a salvaguarda para que o mundo ficasse livre de uma crise de extinção nos próximos anos. A Aliança para a Extinção Zero reúne 52 instituições de pesquisa, entre universidades e órgãos não- governamentais, como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Conservação Internacional.

— Ilhas e montanhas são ambientes isolados. Muitas das espécies só existem ali. Pelos resultados obtidos em nosso estudo, verificamos que essas plantas e animais devem ter um tratamento especial - disse o líder da pesquisa, Taylor Ricketts, diretor do Programa de Ciências da Conservação da WWF, em Washington, Estados Unidos, à Agência Fapesp. Das 794 espécies sob risco imediato, 678 vivem nos dois ambientes. As outras 116 estão em regiões continentais.

Para montar o mapa dos pontos críticos para a extinção de espécies – as áreas tropicais e as regiões próximas às grandes zonas metropolitanas são as mais pressionadas –, os pesquisadores levaram em conta três itens. O local, para ser considerado pela pesquisa, deveria contar com pelo menos uma espécie ameaçada de extinção pela lista de 2004 da União Mundial para a Natureza (UICN). Além disso, a região deveria ser conhecidamente local de residência dos animais e ter fronteiras bem definidas, como um pequeno lago, por exemplo.

— Definitivamente, existem algumas incertezas em nossa lista de espécies e de lugares. As espécies raras são também pouco conhecidas e podemos, no futuro, descobrir que algumas existem em outras regiões. Entretanto, o inverso também pode ocorrer. Podemos encontrar espécies com um hábitat mais reduzido do que se imagina até agora - aponta Ricketts.

No caso do Brasil, a lista de espécies sob risco de desaparecer é bastante grande. O país é o terceiro da lista, com 39 pontos considerados como de preservação urgente. O México lidera o ranking, com 63, e a Colômbia aparece em segundo lugar, com 48. Os primeiros países desenvolvidos na relação são a Austrália e os Estados Unidos, que dividem a oitava posição com Cuba e Venezuela, com 18 áreas. (Jornal do Meio Ambiente, 26/12)

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