Cientistas estudam o seqüênciamento do genoma da Malária
2005-12-27
Em termos mundiais, a malária é transmitida basicamente por duas espécies do
gênero Anopheles. Na África, quem está em ação na dispersão do plasmodium
entre os seres humanos é o gambiae, enquanto do lado de cá do Atlântico as
epidemias são causadas pelo darlingi.
Como mais de 90% dos casos no mundo ocorrem na África subsaariana, o
primeiro dos dois mosquitos que teve o seu genoma revelado foi o gambiae. E
é a partir dessas informações genéticas que a Rede Genoma Brasileiro
começará a trabalhar em seu mais novo projeto.
— Vamos fazer um seqüenciamento parcial do genoma de A. darlingi. As regiões
que forem identificadas como diferentes, na comparação com o genoma da
outra espécie, serão seqüenciadas por completo -, explica Ana Tereza
Vasconcelos, coordenadora do Centro de Bioinformática da Rede, que funciona
no LNCC - Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, no
Rio de Janeiro.
Com base na experiência dos quatro genomas já prontos, Ana Tereza acredita
que o novo projeto será concluído sem maiores problemas. — Hoje, temos uma
rede capacitada para seqüenciar, anotar, comparar e fazer o genoma funcional
e também as análises proteômicas de qualquer material genético -, afirma. O
prazo para a conclusão dos trabalhos com o darlingi é de dois anos.
A malária atinge 500 milhões de pessoas em todo o mundo e leva ao óbito até
2,7 milhões dos pacientes por ano. Fora da África, dois terços dos casos
ocorrem em apenas seis países: Índia, Brasil, Sri Lanka, Afeganistão, Vietnã
e Colômbia. Com as informações genéticas que serão disponibilizadas pela
rede brasileira, que reúne 25 laboratórios de todas as regiões do país, os
países da América também estarão mais preparados para enfrentar a doença.
Mais informações sobre o projeto brasileiro no site: www.darlingi.lncc.br
(Fonte: Eduardo Geraque / Agência Fapesp)