Iniciativa pioneiro da Sabesp transforma esgoto em fertilizante
2005-12-26
O destino final do subproduto do tratamento dos esgotos domésticos, o biossólido, é um dos desafios daqueles que trabalham com saneamento básico e ambiental. Quando devidamente higienizado, estabilizado e seco, o lodo de esgoto recebe o nome de biossólido, um produto orgânico natural que pode ser utilizado como complemento de fertilização. Baseados nisto, a técnicos da Sabesp e pesquisadores de Universidades do interior paulista desenvolveram, em parceria, um insumo agrícola proveniente do tratamento dos esgotos, o Sabesfértil, uma iniciativa pioneira no país.
Desde 1999, a parceria realiza pesquisas na aplicação do biossólido na agricultura, numa tentativa de se reaproveitar este material, que antes se destinava exclusivamente aos aterros sanitários. Os primeiros testes com o Sabesfértil foram realizados no cultivo do milho, eucalípto e café e com os resultados apresentados foi possível estender os testes a outras culturas, como em plantações de bananeiras. Os resultados concretos obtidos com a aplicação deste insumo na agricultura possibilitaram que a ETE de Franca recebesse do Ministério da Agricultura, o certificado de Estabelecimento Produtor de Insumo Agrícola.
Atualmente, a ETE de Franca produz 40 toneladas deste insumo por dia, que são distribuídos gratuitamente aos agricultores de Franca e região. O Sabesfértil é 100% natural e rico em matéria orgânica e macro nutrientes (nitrogênio e fósforo), elementos que ajudam na fertilização do solo, enfim, um aliado dos agricultores da região, que apenas custeiam os gastos com o transporte e aplicação do Sabesfértil.
O Sabesfértil pode ser utilizado em culturas como milho, café, citrus, capim, eucalipto e existem algumas restrições e recomendações com relação a sua aplicação. A Sabesp não recomenda o uso em áreas de pastagens e em culturas onde haja o contato direto com o solo ou que sejam consumidos crus, como cenouras e hortaliças. Já em plantações de árvores sua eficácia tem sido comprovada, onde se percebe um crescimento acelerado da árvore.
Países como o Japão, Inglaterra, Estados Unidos e França já produzem e utilizam o biossólido com sucesso para fins agrícolas. Aqui no Brasil, dado ao pequeno número de estações de tratamento de esgotos, esta prática ainda não é muito comum, sendo aplicada apenas em Brasília, no Paraná e em Franca, porém, após a iniciativa da Sabesp outros estudos passaram a ser desenvolvidos por instituições e universidades. (Informações da Sabesp)