NOVA PROPOSTA DE ENERGIA ATÔMICA É LIMPA, ABUNDANTE E BARATA
2001-09-17
O que mudou radicalmente no cenário da fusão nuclear, nos anos 90, foi o aparecimento dos reatores a fusão esféricos, criados pelo americano Peng. Pequenos, práticos e eficientes, o truque de Peng consistiu em conseguir a mesma força de esmagamento que já se havia obtido anteriormente, mas com campos magnéticos muito mais fracos. Só por isso, o custo de construção da usina caiu da ordem de US$ 1 bilhão para a casa de algumas dezenas de milhões. Pela primeira vez, os defensores da fusão como alternativa energética têm uma proposta economicamente viável a oferecer, colocando esse processo no debate corrente sobre o que fazer para resolver a crise crescente de energia, que se espalha em todo o mundo. O interesse renovado na fusão nuclear, a despeito das enormes dificuldades técnicas que envolve, se deve ao fato de apresentar um potencial indiscutível como fonte de energia abundante e limpa. Esse processo não produz nenhum tipo de poluente químico, especialmente o gás carbônico, causador do efeito estufa. Quanto aos resíduos radiativos, garante o físico, são muito poucos e esgotam seu poder de contaminação num prazo relativamente curto, na ordem de cem anos, apenas. É preciso comparar com os dejetos deixados pela fissão, que são muito mais violentos e mais duráveis, precisando ser enterrados a grande profundidade, por muitos milhares de anos, até se descarregar suas reservas de radiação. Os restos da fusão, em vez disso, poderiam ficar em covas comparativamente mais rasas e por muito menos tempo. (GM/Fim de Semana/9, 14 a 16/09)