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2005-12-23
O Centro Nacional de Primatas tem até a próxima sexta-feira para apresentar o resultado do laudo que investiga a morte dos 50 macacos, entre os dias 4 e 14 deste mês, com suspeita de intoxicação por causa da raspa de madeira que estava na jaula dos animais. O ultimato foi dado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que desde o dia 9 passado notificou o centro de pesquisa a fazer um relatório sobre as mortes. O órgão ambiental fez a necropsia em quatro animais, com o objetivo de fundamentar a contra-prova do resultado do exame que será apresentado pelo órgão, de responsabilidade do Instituto Médico Legal (IML).

A responsável pela Divisão de Fauna e Pesca da gerência do Ibama no Pará, Maria do Carmo de Oliveira Brígido, informa que desde que foram denunciadas as mortes dos macacos, os técnicos do órgão ambiental atuam para que sejam esclarecidas as causas dos óbitos.

O material recolhido pelos agentes de meio ambiente foi encaminhado para o Centro Especializado em Primatas do Brasil, na Paraíba.

— O objetivo é encaminhar para um laboratório que esteja alheio ao problema, para não haver risco de dúvidas - explica Maria do Carmo.

FISCALIZAÇÃO - Ela não soube dizer quando a contra-prova do exame apresentado pelo Centro de Primatas vai ser divulgado, por causa dos feriados de final de ano, mas adiantou que ainda este mês o Ibama fará uma fiscalização rigorosa, com o objetivo de verificar todas as condições de alojamentos, tratamento e alimentação dos animais.

Com os resultados em mãos, o Ibama avaliará os procedimentos administrativos em relação às mortes dos macacos. Os primeiros óbitos ocorreram entre os dias 4 e 14 passados, das espécies Sagüí de Tufo Branco ou Macaco do Nordeste (Callithrix jacchus) e Mico Estrela (Callithix penicillata).

Ontem, os técnicos do centro de pesquisa transferiam os macacos da quarentena para o galpão onde estavam anteriormente, mas sem a maravalha usada para evitar a umidade no galpão.

O chefe do Serviço de Ecologia e Manejo de Primatas, veterinário Paulo Castro, garante que o galpão foi lavado e esterilizado e não apresenta riscos para os macacos. O objetivo da mudança dos animais, enfatiza, é que no galpão há possibilidade maior dos primatas que não apresentam sintomas de intoxicação terem condição de se expor ao sol.

O veterinário garante que um monitoramento diário será feito para impedir qualquer problema ao bem-estar dos macacos. Na avaliação dele, o fato de terem passado sete dias e não haver mais registro de morte significa que foi um caso de intoxicação. Até o início da noite de ontem o laudo do IML não havia sido concluído. A expectativa do centro de pesquisa é que até o fim desta semana seja divulgado. (Diário do Pará, 22/12)

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