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2005-12-22
As emissões de gases de efeito estufa, relacionados ao aquecimento global, chegaram ao nível mais alto em 2004 nos Estados Unidos, crescendo 2% em relação ao ano anterior, conforme o Departamento de Energia (DOE) do país, e chegando a quase o dobro dos níveis registrados na média anual de 1990.

A unidade de Administração de Informações Energéticas do DOE, em relatório emitido na última segunda-feira (19/12), também elevou as estimativas iniciais do governo com relação às emissões de 2003, colocando esse ano em segundo lugar. Não há estimativas disponíveis para as emissões em 2005, embora os especialistas em energia afirmem que o crescimento econômico deste ano vá provavelmente implicar um novo recorde nas emissões de gases de efeito estufa.

Os aumentos de 2003 e 2004 seguiram-se a uma breve queda verificada em 2001 e 2002. Autoridades do governo disseram que tal declínio refletiu uma redução das atividades econômicas, a saída de algumas indústrias de manufatura, as quais migraram para outros países e os cortes nas emissões de algumas outras indústrias.

Há menos de duas semanas, funcionários da administração Bush que participaram das conversações sobre mudança climática em Montreal citaram repetidamente a queda nas emissões verificada pelo breve período pós-2000 como evidência de que a política do clima do presidente Bush, utilizando medidas voluntárias para reduzir o crescimento na liberação de gases estufa, estava funcionando.

Nesse relatório, a agência de energia disse que enquanto as emissões totais estavam aumentando, a taxa de crescimento econômico permaneceu, de modo a permanecer na trilha estabelecida por Bush.

Na terça-feira (20/12), Lord Rees, presidente da Sociedade Real, uma academia científica britânica independente similar à Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, disse que os novos dados americanos mostravam que todos os países industrializados precisavam intensificar os esforços de cortes de emissões.

Rees afirmou que os dois países e outros membros do Grupo dos Oito (G 8), entre as grandes nações industrializadas, claramente tiveram que fazer mais para manter vivo o compromisso que assumiram na cúpula da Escócia, em julho deste ano, na qual resolveram agir com urgência para a redução dos gases estufa.

– Não devemos subestimar o desafio de atingir o crescimento econômico enquanto reduzimos as emissões, e os Estados Unidos não são o único país que estão lutando para isto–, afirmou Rees. – Mas parece improvável que a atual estratégia dos Estados Unidos, de apenas estabelecer alvos de emissões relativos ao crescimento econômico, reduzindo a chamada intensidade dos gases de efeito estufa, será suficiente.

O dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa gerado por humanos, permanece um bioproduto indisponível derivado da queima de combustíveis fósseis que servem de base para os padrões da vida moderna. Outros gases de efeito estufa poderosos incluem o metano, que vaza de aterros e de dutos de gás, e óxidos nitrosos, liberados de fertilizantes utilizados em grande escala em propriedades rurais.

Os gases são medidos coletivamente em toneladas de dióxido de carbono por conversão da capacidade de aprisionamento de cada gás na quantidade de dióxido de carbono que teria o mesmo efeito de aquecimento. Por meio deste tipo de medida, as emissões totais norte-americanas dos seis maiores gases de efeito estufa, em 2004, acrescentaram o equivalente a 7,1 bilhão de toneladas métricas de dióxido de carbono, até 2% das 6,98 bilhões de toneladas métricas em 2003. As emissões em 2000 foram de 6,97 bilhões de toneladas, segundo informou a agência do DOE. Os dados do relatório deste órgão estão disponíveis online no endereço www.eia.doe.gov/environment.html. (Fonte: The New York Times, 21/12)

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