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2005-12-22
A administração do presidente George W. Bush propôs nesta quarta-feira (21/12) uma forma de tornar mais rigorosos os padrões de qualidade do ar segundo a legislação federal, pela primeira vez em oito anos. Mas ainda assim a medida despertou críticas de autoridades da saúde pública e da indústria, que a consideraram muito modesta.

O administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Stephen L. Johnson, disse que decidiu manter os atuais padrões anuais para emissões de particulados finos, porém permitindo uma redução diária do limite de alguns desses materiais de 65 para 35 microgramas por metro cúbico. O padrão anial do ar ficará o mesmo atualmente em vigor, de 15 microgramas por metro cúbico de ar.

A proposta – que agora está sujeita a comentários públicos por três meses e não se tornará uma decisão final pelo menos até setembro do ano que vem – é mais branda do que o comitê científico da EPA havia recomendado no início deste mês. O grupo sugeriu uma redução de emissão de particulados finos para 13 ou 14 microgramas por metro cúbico e estabeleceu um limite diário de exposição entre 30 e 35 microgramas.

As chamadas fuligens ou particulados finos – provenientes de automóveis, fábricas e outras fontes industriais – podem causar inflamações arteriais e danos aos pulmões e à corrente sangüínea, ao ingressarem na mesma. Segundo a Associação Americana dos Pulmões, cerca de 60 mil norte-americanos morrem prematuramente, todos os dias, por causa da poluição do ar. Sob a lei federal, cada condado deve adotar medidas para atingir os padrões ou correr o risco de perder direito a fundos federais.

–Esta proposta é outro passo para assegurar que os americanos tenham um ar mais puro e vida mais saudável–, afirma Johnson. Mas defensores do meio ambiente e da área da saúde criticaram os novos padrões, considerando-os inadequados e afirmando que, desde 1997, quando a EPA estabeleceu os primeiros padrões para essas partículas, mais de dois mil estudos já foram feitos mostrando os vínculos entre as mesmas e doenças. E a EP deveria já ter revisado os padrões de qualidade do ar em 2002. A agência apresentou a atual proposta depois de ter sido processada por grupos ambientalistas. (Washington Post, 21/12)

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