Continua no Congresso americano a discussão sobre explorar ou não petróleo no Alasca
2005-12-22
Legisladores continuaram ontem (21/12) sua queda de braço sobre explorar ou não petróleo no Alasca, uma polêmica que se arrasta já por um quarto de século, desde que, em 1980, o Congresso aprovou uma lei afirmando que apenas ele poderia determinar se a exploração de petróleo no local – Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico – é ou não permissível.
Em 1995, líderes na maioria dos novos republicanos no Congresso pensaram que finalmente haviam sido bem-sucedidos em seu objetivo de longa data, fazendo aprovar a exploração de petróleo no refúgio. Mas o presidente Bill Clinton vetou a medida, sob a pressão dos ambientalistas.
Embalados por seus ganhos eleitorais e pela reeleição de George W. Bush em 2004, os republicanos pensaram ter ganho respaldo suficiente no Capitólio, neste ano, para empurrar a lei à força, como parte do processo orçamentário anual. Ms ontem (21/12), os proponentes foram mais uma vez frustrados.
O senador republicano do Alasca Ted Stevens esperava ter colocado em escanteio os seus adversários quando anexou o plano de perfuração de petróleo no Ártico a medidas essenciais do orçamento para dar andamento às operações militares no Iraque e no Afeganistão. Mas dois republicanos juntaram-se aos 42 democratas em uma defesa que tomou a forma de postergação da decisão que autorizaria a exploração. Na noite passada (21/12), o Senado concordou em aprovar a lei de defesa no Iraque, sem embutir nela a medida de exploração como contrapartida.
O voto procedural – no qual os defensores da exploração fracassaram em obter votos suficientes para pôr fim ao adiamento e forçar uma ação – deu aos ambientalistas uma rara vitória legislativa no Capitólio, o que assegurou que reservas de 1m5 milhão de acres, ricas em petróleo no Refúgio da Vida Selvagem, permanecerão intocadas, pelo menos num futuro imediato.
O refúgio, que conta com pelo menos 5 bilhões de barris além da área mais superficial de exploração, abriga veados, bis e milhões de pássaros migratórios todos os anos. –Esta é a grande vitória ambientalista do ano–, afirma Lydia Weiss, lobista do grupo de defensores da Vida Selvagem. (Washington Post, 22/12)