Laboratório para clonagem de mudas será inaugurado em Santa Maria
2005-12-21
Ocorreu ontem (20/12), na Fepagro Florestas, no distrito de Boca do Monte, a
inauguração de investimentos no valor de R$ 160 mil. O principal deles é o
Laboratório de Cultura de Tecidos, que terá capacidade para clonar mudas de
plantas nativas e exóticas. Também serão inaugurados uma estufa com capacidade
para 500 mil mudas e um galpão para suprir a sua produção. Do montante investido,
cerca de R$ 120 mil são oriundos de receitas próprias da Fepagro (Fundação
Estadual de Pesquisa Agropecuária) e o restante foi captado em parcerias.
Outros R$ 50 mil, em recursos da Caixa-RS, já estão assegurados para o
Laboratório de Cultura de Tecidos. O investimento é de alta tecnologia, mas a
técnica de clonagem de plantas já é algo relativamente antigo, do início do
século XX, como explica a engenheira florestal Rita Sobrosa Trento. A técnica
também é conhecida como micropropagação , pois permite em um ambiente
pequeno de laboratório a produção de milhares de novas mudas a partir de um
único modelo. A cultura de tecidos já é usada pela própria Fepagro, num
laboratório em Porto Alegre.
As diferentes espécies de eucalipto, pela sua importância econômica, terão
prioridade na pesquisa e produção do laboratório. Mas as técnicas de clonagem
(também conhecidas como protocolo ) de outras espécies nativas e
exóticas, como, por exemplo, a acácia-negra, também serão pesquisadas. No
momento, Rita Trento é a única pesquisadora que trabalha no laboratório, mas nos
próximos meses estagiários da UFSM também devem trabalhar no local.
A clonagem é uma técnica mais apropriada para a produção em grande escala. No
Estado, ela é usada essencialmente na produção de eucalipto, sendo muito
utilizada por grandes empresas. A pesquisadora enumera a rapidez e a qualidade
genética entre as principais vantagens da produção de mudas através da clonagem.
Um dos grandes problemas na clonagem vegetal é encontrar o protocolo
específico de cada espécie. Um protocolo específico de uma determinada espécie
não pode ser aplicado diretamente a outra. O Laboratório de Cultura de Tecidos
da Fepagro em Santa Maria está atualmente em fase inicial de pesquisa. Para
garantir o início dos trabalhos na cidade, a fundação já adquiriu 400 mil
tubetes. (A Razão, 20/12)