Corte de US$ 39,7 bilhões no orçamento americano veio após aprovação de exploração no Alasca
2005-12-20
Em uma nebulosa sessão em clima de quase recesso, a Casa Branca aprovou, com pouca margem de aquiescência, um plano de orçamento de cinco anos que varre despesas de fundos como o Medicare, de assistência social na área da saúde, e outros, compondo um total de US$ 39,7 bilhões em enxugamento, após ter avalizado a abertura de explorção de petróleo no Refúgio da Vida Selvagem do Alasca.
A autorização para exploração de petróleo naquela área – visada há longa data por empresas de energia que pressionavam o presidente Bush e líderes republicanos – esteve relacionada à parcimônia em gastos fiscais em 2006, uma vez que foram considerados os gastos com o fundo para a ocupação norte-americana no Iraque e no Afeganistão. Mesmo assim, os cortes em projetos sociais foram aprovados, apesar da margem estreita de votos no Congresso. A lei foi aprovada ontem (19/12), na Câmara dos Deputados, por 308-106 votos, enquanto que no Senado alguns republicanos uniram-se aos democratas e opuseram-se pouco depois, mas mesmo assim a votação teve escore de 212 votos favoráveis contra 206 contrários.
Terça-feira que vem (27/12), a matéria vai ser analisada pelo Senado outra vez. Líderes republicanos aplaudiram a decisão. O orçamento vai ser cortado em pelo menos 0,5% do projetado de US$ 14,3 trilhões nos próximos cinco anos.
Os democratas ficaram furiosos com a manobra encabeçada pelo veterano senador Ted Stevens (republicano do Alaska), que, durante anos, lutou pela aprovação federal da exploração das reservas de petróleo do Refúgio do Ártico. O bloqueio a tal exploração é uma prioridade para vários grupos ambientalistas, e os democratas diziam que tentariam tal bloqueio usando
táticas procedurais. (Washington Post, 19/12)