Desastres naturais dos últimos 12 meses mataram 350 mil pessoas
2005-12-20
Os desastres naturais e meteorológicos mataram 350 mil pessoas nos últimos 12 meses e provocaram prejuízos econômicos calculados em US$ 200 bilhões, informou nesta quinta-feira (15) a OMM - Organização Meteorológica Mundial.
— Incluindo o tsunami que ocorreu em 26 de dezembro de 2004, os últimos 12 meses foram um dos períodos mais destrutivos da história em relação a desastres naturais e meteorológicos - afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, em entrevista coletiva.
Além do tsunami que atingiu o sudeste asiático e do terremoto de 8 de outubro no Paquistão (com 70 mil mortes), 2005 foi o ano em que houve mais tempestades tropicais, contabilizando um total de 26, o que superou o recorde de 1933, em que ocorreram 23 tempestades.
Em 2005 houve 14 furacões, o que também supera o recorde (12) registrado em 1969, segundo os dados da OMM, que destaca que sete deles alcançaram uma categoria de 3 ou mais na escala de Saffir-Simpson.
— Desde 1995, observa-se um acentuado aumento do número de tempestades tropicais que ocorrem a cada ano na bacia atlântica, o que responde a um padrão de caráter cíclico que leva a uma redução da atividade no Pacífico Norte - diz Jarraud.
Mais quente - O ano de 2005 também foi o segundo mais quente dos últimos anos, segundo dados da OMM, atrás de 1998, e um dos quatro mais quentes desde que as medições começaram a ser realizadas, em 1861.
Segundo os dados desse organismo da ONU, o recorde de calor nos últimos 40 anos ocorreu em 1998, com uma temperatura 0,55 grau superior à média calculada entre 1961 e 1990, enquanto em 2005 o aumento registrado sobre essa média é de 0,48 grau.
No entanto, para a OMM não existem evidências de que a excepcional devastação registrada nos últimos anos, em termos meteorológicos, esteja relacionada com o aquecimento do planeta, ao contrário do que muitas frentes defendem.
— Adoraria poder responder a essa recorrente questão, mas, sinceramente, não temos dados suficientes que nos permitam afirmar ou negar que exista uma relação entre a mudança climática e o aumento de fenômenos meteorológicos, embora em alguns anos tenha certeza de que poderemos responder a essa pergunta - explicou Jarraud. (Estadão Online, 15/12)