O Brasil se transformou em foco dos países que não terão condições de atender ao Protocolo de Kyoto e reduzir os gases causadores do efeito estufa. Essas nações, que se comprometeram a alcançar, entre 2008 e 2012, índice de emissão 5% menor que o registrado em 1990, podem aproveitar os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Segundo o gerente do Departamento de Meio Ambiente da Fundação Estadual de Ciência e Tecnologia, Geraldo Rohde, a alternativa permite que 37 países do Anexo 1 (maiores emissores) invistam em outros locais como compensação.

– O Rio Grande do Sul tem grande potencial de absorver essa demanda, como investimentos em cana de açúcar, arroz e reflorestamento-, observou Rohde na última semana, durante a abertura da Jornada Tratado de Kyoto, MDL e Mudanças Climáticas, evento promovido na Capital pelas associações Interamericana e Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.

O Brasil não está na lista do Anexo 1 e não é obrigado a reduzir a emissão do dióxido de carbono, substância que mais gera o aquecimento da Terra. – As ações nesse sentido funcionam como prevenção-, lembrou Rohde. O diretor integra a comissão do governo destinada a atender à demanda de setores privados e públicos sobre o assunto. (CP, 18/12)